Na manhã deste sábado (31), durante a Expert XP 2024, os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Rafael Fonteles (PT), do Piauí, participaram de um painel sobre segurança pública, que gerou uma discussão acalorada sobre o uso de câmeras corporais em policiais.
“Em Goiás, nenhum policial vai usar câmera, nenhum. Eu tenho uma corregedoria austera”, disse Caiado.
Quando questionado pelos moderadores se era favorável ou contrário ao uso das câmeras, Ronaldo Caiado não hesitou em criticar o uso do equipamento. “Câmeras nos policiais? As facções criminosas aplaudem de pé, porque, de fato, o policial não vai criar provas contra ele mesmo”, declarou o governador, sinalizando seu receio de que o uso dos equipamentos possa inibir a atuação dos agentes de segurança.
A declaração de Caiado veio após o ministro dos Transportes, Renan Filho, que também participou do painel, defender o uso das câmeras como uma ferramenta para aumentar a transparência e a segurança nas operações policiais. Em resposta ao posicionamento do ministro, Caiado criticou a gestão atual, afirmando que “não se governa da maneira que o Brasil está indo”. Para ele, o país precisa enfrentar o problema da criminalidade de forma mais contundente. “Ou se enfrenta a facção e a bandidagem, ou não se governa esse país, e ele será amanhã ocupado pela criminalidade nos cargos da Presidência e nos governos de Estado”, afirmou.
Atualmente, mais de 30.000 câmeras corporais estão em uso por policiais e guardas municipais em todo o Brasil, um número que cresceu até outubro de 2023. Esses dispositivos são utilizados para gravar as ações dos agentes de segurança, protegendo tanto os cidadãos quanto os próprios policiais. As imagens capturadas permitem que os centros de comando acompanhem as operações em tempo real, prevenindo o uso indevido da força e outros abusos.
O painel contou também com a participação de Rafael Fonteles, governador do Piauí, que ouviu atentamente as discussões, mas se manteve discreto quanto à sua posição sobre o tema. O debate ressaltou a complexidade do tema e a divergência de opiniões entre as lideranças políticas sobre as melhores estratégias para enfrentar a criminalidade no país.
Fonte: gazetabrasil