Conteúdo/ODOC – Paulo Witer Farias, conhecido como “WT”, apontado como o líder contábil do Comando Vermelho em Mato Grosso, teve sua prisão mantida por decisão do desembargador Paulo da Cunha. A decisão ocorre no âmbito da Operação Apito Final, que visa desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro da facção, avaliado em R$ 65 milhões. WT permanecerá preso na Penitenciária Central do Estado.
Paulo Witer Farias cumpria pena em regime semiaberto desde dezembro de 2023, após completar 15 anos de uma sentença total de 51 anos, imposta em vários processos na Justiça estadual. Com as novas acusações e a descoberta de sua participação ativa nas operações do Comando Vermelho, ele foi transferido para o regime fechado na Penitenciária Central do Estado, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A defesa de WT havia entrado com um pedido de habeas corpus para substituir a prisão preventiva por medidas cautelares, semelhantes às aplicadas a outros envolvidos na operação. No entanto, o desembargador considerou que os fundamentos para manter WT preso eram válidos, especialmente para interromper as atividades da organização criminosa. Além disso, a posição de liderança de WT na facção foi destacada como um fator que o diferencia dos demais.
Antes de ser preso, WT estava em regime semiaberto, monitorado por tornozeleira eletrônica. No entanto, investigações revelaram que ele violou as condições do regime para viajar a destinos turísticos de luxo. Em dezembro de 2023, WT aproveitou o Réveillon em Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde comemorou a virada de ano com membros da facção, enquanto a tornozeleira indicava que ele estava em Cuiabá.
As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) mostraram que WT e seus comparsas viajaram de Mato Grosso para Santa Catarina em uma caminhonete Amarok, permanecendo em Camboriú até o início de janeiro. A partir daí, WT e seus cúmplices seguiram para o Rio de Janeiro, onde se hospedaram em um hotel de luxo na orla carioca. Depois, eles se deslocaram para Maceió, em Alagoas, onde se reuniram com outros membros da facção e ficaram em um resort urbano na praia de Jatiúca.
Durante as viagens, WT participou de atividades recreativas, como um salto de paraquedas em Balneário Camboriú, e acompanhou o time “Amigos WT” em um torneio de futebol amador em Maceió, que, segundo as investigações, era usado como fachada para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
WT foi preso novamente em Maceió no dia 29 de março, durante a primeira fase da Operação Apito Final. Na ocasião, ele não estava usando a tornozeleira eletrônica, mais uma vez desrespeitando as ordens judiciais. As constantes violações das medidas de monitoramento eletrônico levantaram críticas sobre a eficácia do sistema estatal em controlar presos de alta periculosidade.
Fonte: odocumento