Geada no arábica foi de capote e condição hídrica pode ter contribuído para mitigar impactos, explica professor da UFLA


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O último final de semana foi marcado pelo declínio nas temperaturas e o registro de geadas em áreas pontuais do parque cafeeiro do Brasil. Produtores de arábica relataram temperaturas extremamente baixas e preocupação com os possíveis impactos na produção de 2025. 

O mercado do café reagiu na semana passada e continua operando com quase 5% de alta na manhã desta segunda-feira (12), ainda com suporte nas preocupações com o Brasil. 

Com a memória recente da geada de 2021, é natural que o mercado “assuste” e legítima a preocupação dos produtores afetados. Desta vez, foram registradas ocorrências de geadas em áreas da Alta Mogiana e do Cerrado Mineiro. De acordo com a Fundação Procafé e da Minasul, no sul de Minas Gerais o frio teve menos intensidade do que nas demais áreas. 

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Geada registrada no último domingo na Alta Mogiana/SP​​​​​

Apesar do susto, as características observadas até aqui mostram que o cenário é muito diferente do observado em 2021. Nessas primeiras 24 horas pós geada, o professor  José Donizeti Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA) explica que o frio mais intenso pegou o setor de surpresa, já que era esperada a queda nas temperaturas, mas não a formação de geadas. 

“Essa geada foi uma geada de fraca intensidade e está sendo caracterizada, até o momento, como uma geada de capote que instalou em áreas de baixada”, explica. 

Boa parte do cafeeiro já estava passando por período de déficit hídrico, inclusive com lavouras em situação de estresse hídrico devido a falta de chuvas, o que colabora para que os problemas não sejam potencializado. 

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Geada registrada no último domingo na Alta Mogiana/SP​​​

“Como estávamos há quase 120 dias sem chuvas, as folhas estavam desidratadas e o suco celular estava concentrado e isso abaixa o ponto de congelamento da seiva, evitando a queima”, explica. 

O professor ressalta que como a massa de ar frio ainda está em atuação, é preciso aguardar os próximos dias. Mas que, por hora, a avaliação é que a intensidade do frio não deve afetar de forma significativa o enfolhamento das plantas. 

Ressalta, no entanto, é que o frio pode sim ter queimado os botões florais que estão em plena fase de pré-florada. “Caso isso tenha acontecido, o que só iremos saber mais daqui pra frente, isso irá afetar a próxima safra nessas regiões, pois os botões florais não devem evoluir para chumbinhos”, afirma. 

Fonte: noticiasagricolas

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