Os dois astronautas da Boeing Starliner que estão presos no espaço há 80 dias permanecerão por mais seis meses, anunciaram as autoridades da NASA neste sábado (24).
Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams agora devem retornar à Terra em fevereiro, enquanto a Starliner será trazida de volta sem tripulação.
Os astronautas veteranos Wilmore e Williams foram lançados a bordo da Starliner da Boeing em 5 de junho – a primeira viagem tripulada para a espaçonave – para o que deveria ser uma missão de oito dias acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS).
O voo de teste, no entanto, encontrou falhas nos propulsores e vazamentos de hélio tão sérios que a NASA manteve a cápsula estacionada enquanto os engenheiros tentavam encontrar uma solução.
O anúncio de sábado foi feito no 80º dia da dupla no espaço.
A decisão de trazer os astronautas de volta em fevereiro foi resultado de um “compromisso com a segurança”, explicou o administrador da NASA, Bill Nelson.
Mas a NASA ainda está “100% certa” de que a Starliner será lançada novamente com uma tripulação de astronautas no futuro, acrescentou Nelson.
Wilmore e Williams retornarão como parte de uma missão SpaceX Dragon Crew-9, disseram as autoridades.
Equipes de engenheiros ainda estão trabalhando para resolver a física dos problemas dos propulsores que colocaram a Starliner em apuros, acrescentou o administrador associado da NASA, James Free.
Free elogiou a equipe da NASA por seu trabalho árduo nas semanas anteriores à decisão final da NASA sobre o assunto.
“Esta não foi uma decisão fácil, mas é absolutamente a correta”, insistiu Free.
Wilmore e Williams devem permanecer na Estação Espacial Internacional por oito meses no total, explicou a gerente da ISS, Dana Weigel.
A dupla ficará ocupada com ciência e manutenção da estação, disse Weigel. Eles já realizaram cerca de 100 horas de trabalho em diferentes experimentos.
Embora a maioria das missões da ISS dure no máximo seis meses, uma estadia de oito meses está bem dentro da capacidade normal da estação, observou Weigel.
A NASA optou por retornar a Starliner sem tripulação, apesar da insistência da Boeing de que a aeronave poderia retornar com segurança.
A divergência se deu por “expertise técnica” em vez de um problema de confiança entre a NASA e a Boeing, disse Jim Free.
“Isso se resumiu a um pequeno desacordo sobre… risco”, concordou Steve Stich, do Programa de Tripulação Comercial da NASA.
O incidente foi resultado de “algumas conversas tensas”, admitiu Ken Bowersox, o administrador associado de operações espaciais.
A CEO da Boeing, Kelly Ortberg, garantiu à NASA que estão comprometidos em resolver os problemas da Starliner, disse Nelson aos repórteres.
A própria análise de Nelson sobre o desastre da Starliner foi informada por suas observações sobre o desastre do Challenger em 1986 e a tragédia da Columbia em 2003, disse ele.
Nelson, 81, estava servindo na Câmara dos Representantes da Flórida quando o Challenger explodiu.
Ele era senador na época do desastre da Columbia.
Fonte: gazetabrasil