O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou nesta segunda-feira (19) onze pessoas ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas, violação de comunicação radioelétrica e lavagem de dinheiro. Os acusados operavam a partir da Favela do Moinho, uma das áreas mais problemáticas da região central da capital paulista.
Os denunciados já haviam sido presos durante a megaoperação Operação Salus et Dignitas, que visou desmantelar redes criminosas na Cracolândia, uma área conhecida pelo intenso tráfico de drogas e violência. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), os acusados usavam a Favela do Moinho para armazenar e comercializar entorpecentes, além de disfarçar a origem dos recursos obtidos com o tráfico. A facção também utilizava equipamentos sofisticados para interceptar comunicações das forças policiais e conduzir “tribunais do crime” na comunidade.
O esquema criminoso envolvia diversas empresas na região da Luz, incluindo um hotel, um restaurante, uma concessionária de automóveis e um ferro-velho, usadas para a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. Na semana anterior, o GAECO já havia oferecido duas denúncias adicionais relacionadas à Operação Salus et Dignitas, que acusam outros nove indivíduos de crimes como organização criminosa e comércio ilegal de armas, incluindo guardas civis metropolitanos e ex-GCMs envolvidos em atividades milicianas.
Ação na Cracolândia Foca em Milícias e Tráfico de Drogas
Em uma nova ação relacionada à Operação Salus et Dignitas, as forças de segurança realizaram uma operação na Cracolândia nesta terça-feira (6), visando três guardas civis metropolitanos e um ex-agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) suspeitos de integrar uma milícia, além de dois traficantes investigados por venda ilegal de armas.
A operação, que começou às 9h, é coordenada pelo MP, Receita Federal, Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego. Os agentes tentam cumprir sete mandados de prisão e se concentram em verificar se a milícia extorquia dinheiro de comerciantes da região. A investigação também examina a atuação de um casal envolvido na venda de armas.
Leonardo Moja, conhecido como “Léo do Moinho”, foi um dos alvos já capturados. Ele é identificado como um dos líderes do PCC na Favela do Moinho e já havia sido preso anteriormente por suspeita de homicídios. A operação visa cumprir 117 mandados de busca e apreensão e ordena o sequestro e bloqueio de bens de 46 imóveis comerciais.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que acompanhou a operação de um helicóptero da PM, declarou que a ação busca “devolver o Centro às pessoas”, sem comentar sobre o envolvimento de servidores públicos no esquema.
Fonte: gazetabrasil