O Brasil deve produzir 298,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024, uma diminuição de 6,6% em relação à safra anterior, equivalente a uma perda de 21,2 milhões de toneladas. Apesar da queda, este volume representará a segunda maior colheita já registrada no país.
O 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (13), aponta que a redução é atribuída principalmente à queda na produtividade das lavouras, em decorrência de adversidades climáticas. A Conab explica que as mudanças climáticas afetaram negativamente o desenvolvimento das culturas, com áreas de baixa precipitação desacelerando o crescimento das plantas e áreas com excesso de chuva sofrendo inundações que prejudicaram a produtividade.
Em relação à área cultivada, houve um aumento de 1,5%, equivalente a 1,18 milhão de hectares. Os maiores aumentos foram observados na soja, com 1,95 milhão de hectares a mais, seguidos por gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz. Em contraste, o cultivo de milho total registrou uma redução de 1,3 milhão de hectares, afetado também pelo trigo e outras culturas de inverno. A colheita da segunda safra de milho está avançada e deve totalizar 90,28 milhões de toneladas. As semeaduras feitas na janela ideal tiveram produtividades satisfatórias devido à regularidade das chuvas, embora a produção tenha sido prejudicada por veranicos e ataques de pragas em alguns estados.
A produção total do milho neste ciclo deve atingir 115,65 milhões de toneladas, uma redução de 12,3% em relação à temporada anterior.
Para algodão, a estimativa é de uma produção recorde de 3,64 milhões de toneladas, um aumento de 14,8% devido a condições climáticas favoráveis e a um aumento de 16,9% na área cultivada. A produção de arroz já foi finalizada, com uma estimativa de 10,59 milhões de toneladas, 5,6% acima da safra anterior. A produção de arroz irrigado deve chegar a 9,74 milhões de toneladas, e a de arroz de sequeiro, a 844,8 mil toneladas. O aumento na produção de arroz é atribuído à expansão da área cultivada, embora a produtividade tenha sido afetada por instabilidade climática, especialmente no Rio Grande do Sul.
A produção de feijão, por sua vez, deve totalizar 3,26 milhões de toneladas, um aumento de 7,3% em relação à safra anterior. A primeira safra foi concluída com 942,3 mil toneladas, enquanto a segunda, estimada em 1,5 milhão de toneladas, foi prejudicada por falta de chuvas e altas temperaturas, além de doenças e pragas. A terceira safra deve alcançar 812,5 mil toneladas.
Na soja, principal grão cultivado no Brasil, a produção está estimada em 147,38 milhões de toneladas, representando uma queda de 4,7% em comparação com o ciclo anterior. A Conab observa que áreas semeadas entre setembro e outubro, especialmente nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, enfrentaram problemas de produtividade devido a baixos índices pluviométricos e altas temperaturas.
O trigo, destaque entre as culturas de inverno, completou sua semeadura na Região Sul, responsável por 85% da área cultivada com o cereal. No Rio Grande do Sul, o plantio foi concluído após um atraso inicial devido ao excesso de chuvas. A expectativa é de uma redução de 11,6% na área destinada ao trigo, estimada em 3,07 milhões de hectares.
Fonte: gazetabrasil