Conteúdo/ODOC – A proximidade do advogado Roberto Zampieri com um desembargador o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) também foi motivação para o assassinato do advogado, na porta do escritório dele, em dezembro de 2023, em Cuiabá.
“Nós aqui investigamos o homicídio em si. A motivação do homicídio é que ele, o mandante, acreditava que existia uma proximidade do advogado Roberto Zampieri com um desembargador. Porém, esse é o motivo, a motivação.
Agora, em relação à eventual investigação desse caso, aí cabe ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que inclusive já está fazendo isso, já pediu o celular, a análise do celular, para poder fazer a investigação devida. Mas, em relação ao homicídio, figurou como motivação”, explicou o delegado Nilson Farias, em coletiva à imprensa nesta terça-feira (9).
Ele indiciou o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo como mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri. A motivação do crime foi disputa por terra, avaliada em cerca de R$ 100 milhões, em Paranatinga (385 km de Cuiabá), que Zampieri atuava contra a família de Aníbal.
Roberto Zampieri já havia ganhado uma ação de reintegração de posse contra o irmão de Aníbal, ao lado da propriedade em litígio com o mandante do crime.
Conforme o delegado, Aníbal temia perder as terras na ação em que Zampieri advogava pela influência do desembargador e ser derrotado na ação judicial de forma espúria. Por isso, no processo civil, ele entrou com pedido de suspeição contra o desembargador alegando o vínculo de amizade dele com Zampieri. Contudo, o desembargador negou a proximidade e se afastou do julgamento da ação.
Relação com execução de Renato Nery
O delegado Nilson Freitas disse que está trocando informações com o delegado Bruno Abreu, que está à frente do inquérito que investiga a execução do advogado Renato Nery, 72 anos, em frente ao escritório dele, no dia 5 de julho.
Dezoito dias antes de morrer, Renato Nery havia denunciado para Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso (OAB/MT), a existência e o modus operandi de um escritório do crime, que envolve um advogado e filho de um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em esquema envolvendo ações por disputas de terras no Estado.
No documento, ele relatava a ação apontada por ele como antiética de um colega e outros envolvidos como um médico, dono de hospital em Cuiabá, desembargadores, juízes, um ex-secretário de Estado, e outros advogados.
A trama contada por ele ainda expõe o mesmo desembargador do caso Zampieri. “Ele teria considerado pelo próprio órgão o autor de uma decisão que causou a morte do Dr. Roberto Zampieri em Cuiabá-MT”, diz trecho do documento assinado por Renato Nery.
Fonte: odocumento