Empresas decidem manter semana de 4 dias de trabalho após teste no Brasil


Empresas brasileiras que participaram de um experimento com a semana de quatro dias de trabalho decidiram manter o modelo após o período de 6 meses de teste. Das 19 empresas que completaram o projeto piloto, 8 optaram por adotar a nova dinâmica de forma permanente, enquanto 7 resolveram estender o teste até o final do ano para avaliar os impactos a longo prazo.

Uma das empresas revelou que expandirá a semana de quatro dias para outras áreas da companhia, e três farão ajustes no formato, como conceder uma folga a cada 15 dias. Nenhuma delas decidiu retornar imediatamente ao cronograma de cinco dias de trabalho por semana.

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Entre as percepções compartilhadas, líderes e trabalhadores relataram que a carga horária reduzida trouxe mais energia para a realização das tarefas e aumento da produtividade. No entanto, quase metade das pessoas notou um ritmo de trabalho mais acelerado, e 20% sentiu um aumento na pressão.

O projeto foi desenvolvido pela “4 Day Week Brazil”, parceira da “4 Day Week Global”, uma organização sem fins lucrativos dedicada a pesquisas sobre o trabalho globalmente. Após três meses de preparação, de setembro a dezembro do ano passado, o experimento começou em janeiro, com trabalhadores atuando com a carga horária reduzida, mas mantendo o mesmo salário e com o objetivo de preservar 100% da produtividade.

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Das 21 empresas que iniciaram o experimento, duas não concluíram: uma foi afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul e a outra pausou o teste devido a uma mudança de direção. Assim, o projeto prosseguiu com 19 empresas e 252 colaboradores.

Após seis meses, o estudo revelou que o vínculo dos funcionários com as organizações foi fortalecido. Quase metade dos participantes notou uma melhoria na relação com o líder e mais de 65% perceberam um aumento no comprometimento com a empresa. Muitos afirmaram que não trocariam de emprego, mesmo com um salário maior, para voltar a trabalhar cinco dias por semana.

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O teste também indicou que 72,7% das empresas participantes observaram um aumento na receita, enquanto 27,3% experimentaram uma diminuição. Em termos de lucros, 63,6% das empresas relataram crescimento, e 36,4% enfrentaram uma redução. No entanto, o relatório do projeto reconheceu que a melhoria na receita e nos lucros não pode ser atribuída exclusivamente à implementação da semana de quatro dias.

Além disso, as empresas notaram uma melhora significativa na capacidade de atrair novos talentos, com 66,7% relatando um aumento. A rotatividade de colaboradores permaneceu estável para 75% das empresas e diminuiu para 25%. Muitas também observaram uma redução nas faltas injustificadas dos funcionários. No entanto, cerca de um terço das organizações precisou reforçar suas equipes para atender às exigências do piloto.

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Esse teste já foi realizado em países como Reino Unido, Irlanda, Austrália e Estados Unidos, e o Brasil foi o primeiro da América do Sul a aderir ao projeto. No experimento, as empresas puderam escolher entre conceder um dia de folga na semana ou reduzir a carga horária diária de 8 para 6 horas. No Brasil, todas optaram pelo dia de folga, com a maioria escolhendo a sexta-feira, enquanto aquelas que precisavam operar nesse dia adotaram rodízios ou outras estratégias.

Desde o início do projeto, a 4 Day Week Brazil monitorou os indicadores junto às empresas, realizando pesquisas em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Boston College, entre outras instituições.

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Fonte: gazetabrasil

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