Cerca de 80 estudantes tchecos do Ensino Médio escolheram passar parte do verão europeu aprendendo sobre a vida militar no programa de treinamento de quatro semanas realizado em uma zona militar fechada a 94 km a oeste da capital Praga, mas o general Karel Rehka, chefe das Forças Armadas tchecas, chamou o sistema atual de insustentável.
Ele afirmou à Reuters que o programa administrado pela 4ª Brigada de Desdobramento Rápido — uma unidade do Exército operando com apenas 50% da capacidade devido à escassez de soldados — dá aos alunos uma primeira amostra da vida militar.
“Queremos dissuadir qualquer adversário em potencial no futuro. Se não fizermos nada sobre a falta de recursos humanos nas Forças Armadas […], pode significar que não seremos capazes de preservar nossa paz e dissuadir qualquer inimigo em potencial”, disse Rehka.
Os tchecos não estão sozinhos, relata a mídia. Países por toda a Europa Oriental têm lutado para recrutar novos soldados e manter os experientes em uma região onde Polônia, Hungria, Romênia e Eslováquia compartilham uma fronteira com a Ucrânia.
“Não podemos fazer nada sem pessoas. Se modernizarmos os equipamentos e não tivermos pessoas competentes e motivadas o suficiente, isso será dinheiro desperdiçado”, acrescentou Rehka.
Na Polônia, autoridades governamentais e militares dizem que estão atingindo metas de recrutamento e planejam aumentar os limites de recrutamento, mas os críticos questionam se a meta de construir um Exército composto por 300 mil soldados é realista.
“Temos desafios. Eles estão relacionados ao fato de que o mercado de trabalho aqui é muito competitivo”, disse à Reuters o major-general Karol Dymanowski.
O Exército da Hungria, que não publicou números atualizados de recrutamento, lançou uma campanha de mídia usando outdoors, anúncios e uma série de TV com tema militar que será exibida até o final de 2024 para encontrar novos soldados.
Na Romênia, o governo iniciou campanhas de alistamento depois que dados recentes do Ministério da Defesa mostraram que 43% dos cargos de oficiais estavam vagos, junto com os cargos de 23% de soldados e outras patentes profissionais.
Bucareste tem quatro baterias de defesa antimísseis Patriot, mas apenas duas estão operacionais, enquanto o governo comprou vários caças F-16, mas não tem pilotos treinados o suficiente para manejá-los.
“É preciso analisar quais leis precisam ser mudadas, não apenas na Romênia, mas em outros países, para incentivar essas pessoas [soldados em serviço] a permanecerem”, disse uma fonte da defesa à mídia.
Em julho, foi relatado que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) precisará de 35 a 50 brigadas extras para concretizar totalmente seus novos planos de defesa contra qualquer ataque ao território.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Fonte: sputniknewsbrasil