Gasolina premium: os mitos e verdades sobre Podium, V-Power e Ipimax


Gasolina comum, aditivada, premium… É normal ficar confuso em meio a tantas possibilidades ao abastecer. Afinal, quem pede para o frentista completar com aditivada está colocando uma gasolina de alta octanagem no tanque? Quais são as principais diferenças entre elas? O carro fica mais econômico?

Autoesporte conversou com Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), para trazer os principais mitos e verdades sobre a gasolina premium. Tire suas dúvidas abaixo:

É normal que motoristas cometam este erro, mas as gasolinas aditivada e premium são compostos diferentes. Entretanto, ainda existem semelhanças, como explica o especialista da AEA.

“A gasolina premium é um combustível de alta octanagem, com 25% de etanol anidro na mistura. Assim, proporciona melhor desempenho ao veículo e pode até deixá-lo mais eficiente”, diz Gonçalves.

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“Já a gasolina aditivada traz a mesma mistura da comum, com até 27,5% do derivado de cana-de-açúcar. As distribuidoras adicionam dispersantes, detergentes e aditivos que impedem a formação de carboníferos no motor”, disse. “O que pode confundir os clientes é que a gasolina premium também recebe os mesmos compostos da aditivada”.

Em outras palavras, toda gasolina premium também é aditivada, mas a aditivada nunca é premium. Considerando as principais redes de postos do Brasil, o combustível pode ser identificado pelos nomes Podium (Petrobras), V-Power (Shell) e Ipimax Pro (Ipiranga).

Aos donos de carros importados e modelos de alta performance que enxergam o etanol como vilão, o especialista confirmou: a gasolina premium tem porcentagem menor do anidro na mistura. “O limite é de 27,5% na gasolina comum e 25% na premium”, retomou.

Há um estudo em andamento que poderia elevar o teor de etanol na gasolina brasileira dos atuais 27,5% para 35%. Trata-se da iniciativa “combustíveis do futuro”, que ainda não teve um desfecho.

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Um dos grandes mitos sobre a gasolina premium é que ela funciona apenas para modelos importados, esportivos ou carros antigos. “Trata-se de um mito”, enfatizou Rogério Gonçalves. “A gasolina premium é adequada para qualquer tipo de carro compatível com este combustível. Não há restrições de uso”.

Não há qualquer empecilho em misturar gasolina premium, aditivada ou comum, mas o motorista deve ficar atento a alguns detalhes, como ressaltou o diretor da AEA. “Certos modelos importados exigem o abastecimento com a gasolina premium. E só nestes casos, misturar com a comum ou aditivada pode diminuir o rendimento do motor”.

Isso porque alguns motores têm alta taxa de compressão — e devido a maior octanagem do combustível, são mais compatíveis com as gasolinas V-Power, Podium, Ipimax e outras.

Um exemplo popular deste fenômeno é o Volkswagen Golf GTI nacional, de 2008. Seu motor 1.8 turbo tinha 191 cv de potência declarados com gasolina comum. Abastecendo com a premium, a unidade poderia entregar 193 cv. Assim, ficou conhecido como o carro nacional mais potente de sua época (mas só com o combustível mais caro).

Há relação direta entre o consumo do veículo e o tipo de gasolina no tanque, segundo Gonçalves. “Quando abastecido com a premium, o carro fica até 2% mais econômico por causa do menor teor de etanol”, afirmou.

“Como a gasolina tem poder calorífico superior em relação ao etanol, também proporciona maior autonomia para o veículo. Inclusive, é exatamente o poder calorífico que determina a regra dos 70%”.

O famoso cálculo se popularizou com a adoção dos modelos flex no Brasil, e aponta o seguinte: se o preço do etanol for igual ou inferior a 70% do valor da gasolina, é mais vantajoso abastecer com o derivado da cana-de-açúcar.

Na realidade, trata-se mais de uma recomendação para melhorar a durabilidade do motor do que uma regra. “Os carros muito antigos não foram desenvolvidos para uma gasolina com 27% de etanol. Então, quanto menor o teor de álcool, melhor”.

“Por mais que seja uma diferença pequena, de 2%, ainda é mais vantajoso abastecer carros antigos com a gasolina premium. Até porque existem outras vantagens”, afirmou o executivo.

Adeptos do antigomobilismo e colecionadores deixam seus carros parados na maior parte do tempo. Para este perfil de motorista, a vantagem do combustível premium é a durabilidade. “A gasolina premium dura mais tempo no tanque. Para a pessoa que guarda o carro por longos períodos, é recomendável”, constatou Rogério Gonçalves.

E quanto tempo a gasolina premium dura no tanque? Este é um assunto indeterminado, pois existem amostras de até cinco anos que preservam suas características originais, segundo centros de pesquisa. A distribuidora Vibra (antiga BR Distribuidora) sugere que o combustível seja consumido em seis meses.

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Fonte: direitonews

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