Volkswagen T-Cross: os problemas e defeitos mais comuns do SUV


Primeiro SUV produzido pela marca no Brasil, o Volkswagen T-Cross estreou no mercado nacional no começo de 2019 com a missão de introduzir a marca no segmento mais promissor da indústria automobilística nos últimos anos. Fabricado em São José dos Pinhais (PR), o T-Cross passou a ocupar o espaço do Golf na linha de produção desde que o hatch médio deixou de ser feito no país, em 2020.

E a aposta da Volkswagen foi certeira, uma vez que substituiu um carro que vinha vendendo muito pouco por um modelo que rapidamente caiu no gosto do mercado e chegou a liderar as vendas da categoria por duas vezes, em 2020 e 2023. No ano passado, o T-Cross bateu o seu próprio recorde ao atingir 72.441 emplacamentos – quase 6 mil unidades a mais que o vice-líder Chevrolet Tracker, de acordo com a Fenabrave.

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O Volkswagen T-Cross é produzido sobre a plataforma MQB A0, a mesma estrutura utilizada nos irmãos Polo, Virtus e Nivus. O SUV compacto tem as seguintes dimensões: 4,20 metros de comprimento, 1,56 m de altura, 1,76 m de largura e 2,65 m de entre-eixos. O porta-malas acomoda 420 litros de bagagem quando o encosto do banco traseiro está regulado na posição mais vertical.

Embora seja construído sobre a mesma plataforma do modelo europeu, o T-Cross brasileiro é maior que o parente do Velho Continente. São 7 centímetros a mais no comprimento e quase 9 cm de vantagem na distância entre eixos, resultando em uma diferença de 35 litros na capacidade do porta-malas.

Na linha 2025, o interior do T-Cross foi atualizado com novos materiais no acabamento do painel e das portas. A tela da central multimídia VW Play passou a ser destacada, do tipo semiflutuante. Para quem viaja no banco traseiro, agora há saída do ar-condicionado em quase todas as versões e duas entradas USB-C para a conexão de dispositivos eletrônicos.

Atualmente, o SUV é vendido nas versões 200 TSI, Comfortline 200 TSI e Highline 250 TSI. Estas passaram por um pequeno facelift na linha 2025. Já a configuração Sense 200 TSI segue sendo oferecida para o público PCD (pessoas com deficiência), porém, ainda com o visual antigo.

Apesar das mudanças visuais e de conteúdo, o T-Cross manteve as motorizações 200 TSI e 250 TSI. A primeira é 1.0 turbo flex de três cilindros, que entrega até 128 cv de potência e 20,4 kgfm de torque. A mais potente, exclusiva da versão topo de linha Highline, é a 1.4 turbo flex de quatro cilindros com 150 cv e 25,5 kgfm.

Independentemente do motor que leva sob o capô, o Volkswagen T-Cross é sempre equipado com o câmbio Tiptronic automático de seis marchas e tração dianteira.

Mesmo vendendo muito bem, o T-Cross não está imune a reclamações por parte dos seus proprietários.

Os donos do SUV que registram as suas queixas no site Reclame Aqui relatam problemas relacionados ao volante, cujo revestimento de couro descasca com facilidade (defeito também encontrado no Nivus), trincas nas lanternas traseiras, infiltração de água no porta-malas ou pela guarnição do teto solar, entre outros defeitos.

No entanto, os problemas mais recorrentes estão relacionados ao ar-condicionado, ao mau funcionamento da central multimídia e à pintura das rodas de liga leve.

Vários consumidores reclamam que o ar-condicionado do Volkswagen T-Cross deixa de funcionar por defeitos no compressor ou no condensador. Os donos do SUV dizem que o equipamento para de gelar o interior do carro, gerando desconforto. A cliente Odete, de São Paulo (SP), conta que o seu T-Cross Sense 21/21 vem apresentando problemas no sistema de climatização há cerca de três anos.

A Volkswagen explica que não pode arcar com o reparo do veículo por se tratar da versão Sense PCD, que tem garantia de apenas um ano, “o que significa que, dentro deste período, nos comprometemos em reparar, sem ônus ao cliente, quaisquer eventuais falhas de produto, material ou montagem, sendo observado o cumprimento do plano de manutenções. O seu veículo, acima identificado, foi comercializado em 09/03/2021, portanto, já encontra-se fora desse período de cobertura”.

Relatos:

Assim como ocorre no Nivus, a central multimídia VW Play também tem aborrecido os proprietários do T-Cross. Os donos do SUV reclamam que o equipamento trava durante a operação ou não se conecta a telefones celulares Android.

“Estou com um problema na minha VW Play. Adquiri o veículo T-Cross 2021/2021 em fevereiro de 2024 e nunca consegui conectar o Android Auto. Eu apenas consigo conectar o iPhone ao CarPlay. Ao levar o veículo na concessionária Carrera para realizar a terceira revisão, solicitei para tentarem corrigir a VW Play. Fizeram tudo o que era possível, mas não conseguiram corrigir”, relata o cliente Rafael, de São Paulo (SP), ressaltando que o seu carro ainda está coberto pela garantia de fábrica de três anos.

A Central de Atendimento ao Consumidor da Volkswagen alega que não conseguiu verificar o veículo pelo fato de o proprietário não ter enviado a numeração do chassi para a verificação do histórico de passagens do veículo pela rede autorizada. O consumidor, por sua vez, rebate que em nenhum momento foi procurado pela fabricante para realizar os procedimentos necessários para o reparo da multimídia.

Relatos

Vários proprietários do Volkswagen T-Cross relatam no Reclame Aqui que a pintura das rodas dos seus carros descasca espontaneamente e com certa facilidade. O cliente Luiz, de Brasilia (DF), diz que o seu T-Cross Highline 20/20 com 59 mil quilômetros rodados apresentou o defeito e exige a troca das rodas por considerar que se trata de um defeito de fábrica.

A Volkswagen argumenta que “o veículo encontra-se fora do período de garantia desde 24/08/2023. Identificamos que o veículo supracitado não possui passagem recente com ordem de serviço aberta em uma de nossas concessionárias. Dessa forma, conforme falamos, existe a necessidade de imobilização do veículo para diagnóstico”.

Relatos:

O mais grave dos defeitos apresentados pelo SUV já foi motivo de recall em 2019. Os proprietários que acionaram o Reclame Aqui relatam que os seus carros apresentaram esse defeito antes de atingirem altas quilometragens. Os consumidores temem pela segurança durante a condução do veículo.

“Recentemente comecei a ouvir barulho na suspensão traseira e, ao procurar por uma concessionária Volkswagen, me foi informado que o eixo da suspensão traseira está muito rachado, quase totalmente partido. Questionei a causa disso, pois nunca tinha visto nada parecido, e me informaram que alguns carros estavam apresentando esse defeito. Aguardo por uma solução por parte da Volkswagen o mais rápido possível, antes que eu sofra um acidente devido ao eixo partido”, queixa-se o cliente Leonardo, do Rio de Janeiro (RJ).

Apesar da gravidade do defeito, a Volkswagen diz que “o veículo supracitado foi comercializado em 23/12/2019, portanto, já encontra-se fora do período de cobertura de garantia desde 23/12/2019, onde não existe obrigatoriedade da montadora em arcar com os custos. Esclarecemos que nossos concessionários são empresas independentes que possuem liberdade comercial. O valor cobrado é referente a mão de obra da concessionária. Neste caso, para auxílio e sua plena satisfação estamos analisando a possibilidade de atendimento. Pedimos que não avalie o atendimento até a solução final.

Relatos:

De acordo com o mecânico Paulo Vianna, não é comum carros com poucos anos de uso apresentarem defeitos no sistema de ar-condicionado.

Para o especialista, “existe a possibilidade de o T-Cross ter sido fabricado com componentes com alguma anormalidade ou falha no processo de produção durante um período da produção do veículo. Se isso for, de fato, um problema de fabricação, a montadora tem de arcar com os custos de reparo e substituição de peças. Reparar o compressor ou o condensador do ar-condicionado não costuma sair barato para o consumidor”, ressalta.

Vianna alerta para os carros que apresentaram trincas no eixo traseiro. O mecânico explica que esse tipo de falha é bastante grave e pode comprometer severamente a segurança do veículo e de terceiros.

A Volkswagen chegou a fazer recall do T-Cross por conta desse defeito há alguns anos. É preciso investigar por que esse e outros modelos da marca continuam apresentando trincas no eixo da suspensão traseira. Ao meu ver, essa falha é gravíssima, uma vez que a peça pode quebrar com o carro em movimento. Imagine se o eixo se parte durante uma viagem em rodovia, o veículo pode ficar incontrolável a ponto de provocar um grave acidente”.

Consultada pela reportagem de Autoesporte, a Volkswagen enviou a seguinte nota. Confira a íntegra:

A fabricante destaca que respondeu 97,6% das queixas e resolveu 89,2% dos casos recebidos no Reclame Aqui. De acordo com a Volkswagen, o seu atendimento foi avaliado pelos clientes como “Ótimo” e atingiu a nota média de 8.5/10 nos últimos seis meses.

Sobre o recall do eixo traseiro do T-Cross, a Volkswagen esclarece com a seguinte nota:

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Fonte: direitonews

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