A gripe aviária, ou gripe aviária, deixou autoridades de saúde pública em alerta após uma disseminação sem precedentes em vacas leiteiras nos Estados Unidos neste ano. Quatro trabalhadores de laticínios também testaram positivo no país.
Uma variante particularmente grave da cepa H5N1 vem se espalhando pelo mundo em animais desde 2020, causando surtos letais em aves comerciais e infecções esporádicas em outras espécies, de alpacas a gatos domésticos. Até este ano, ela nunca havia infectado vacas.
Diferentes cepas de gripe aviária foram encontradas na Austrália e no México em humanos, enquanto diferentes subtipos de H5 também estão presentes ao redor do mundo, tanto em animais quanto em humanos, em países como China e Camboja.
A maioria dos casos humanos relatou exposição a aves, mercados de aves vivas ou gado leiteiro antes da infecção, mas os cientistas estão preocupados que o vírus possa sofrer mutações de maneiras que o tornem mais facilmente transmitido de pessoa para pessoa, o que poderia desencadear uma pandemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o risco para as pessoas é baixo neste momento.
Abaixo estão as ocorrências de vários tipos do vírus da gripe aviária que foram encontrados em humanos este ano.
ESTADOS UNIDOS:
Os primeiros casos conhecidos de gado leiteiro infectado ocorreram no Texas em março, e agora estão em rebanhos leiteiros em 12 estados. O Departamento de Agricultura dos EUA disse que os testes até agora indicam que o vírus detectado em vacas é o mesmo vírus H5N1 que afeta aves selvagens e rebanhos comerciais de aves. Os quatro trabalhadores de laticínios que testaram positivo para o vírus este ano apresentaram sintomas leves, como conjuntivite.
O vírus H5N1 nos Estados Unidos pertence ao clado 2.3.4.4b, genótipo B3.13, um genótipo detectado apenas na América do Norte até agora, disse a Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) em um relatório científico.
MÉXICO:
Um morador do México morreu com os primeiros casos conhecidos de influenza aviária H5N2 em humanos, disse a OMS em 5 de junho. O governo do México disse que doença crônica, e não gripe aviária, foi a causa da morte.
A pessoa não teve exposição conhecida a animais.
AUSTRÁLIA:
A OMS disse em 7 de junho que uma criança com gripe aviária H5N1 relatada pela Austrália viajou para Calcutá, Índia. O sequenciamento genético mostrou que o vírus era um subtipo de H5N1 e parte de uma cepa que circula no Sudeste Asiático e foi detectada em infecções humanas anteriores e em aves.
A Austrália está lidando separadamente com três surtos de diferentes cepas do vírus em granjas avícolas – H7N3, H7N8 e H7N9 – que, segundo as autoridades, provavelmente chegaram às granjas por meio de aves selvagens.
ÍNDIA:
A OMS relatou em 11 de junho um caso de infecção humana com gripe aviária causada pelo subtipo H9N2 em uma criança de quatro anos no estado de Bengala Ocidental, no leste da Índia. Foi a segunda infecção humana de gripe aviária H9N2 da Índia após um caso em 2019, disse a agência. Embora o vírus H9N2 tenda tipicamente a causar doenças leves, a agência das Nações Unidas disse que mais casos humanos esporádicos podem ocorrer, pois este é um dos vírus de gripe aviária mais prevalentes que circulam em aves em diferentes regiões.
VIETNÃ:
Vietnã relatou, abre uma nova investigação; uma estudante de 21 anos morreu de gripe aviária H5N1 em março. Ele não tinha condições médicas subjacentes, mas foi exposto a pássaros selvagens da caça algumas semanas antes do início dos sintomas. Nenhum contato com aves mortas ou doentes foi relatado na época.
O Vietnã também relatou um surto de H9N2 em um homem de 37 anos, disse a EFSA.
CAMBOJA:
O país do Sudeste Asiático e vizinho do Vietnã relatou cinco casos humanos de H5N1 até 20 de junho.
CHINA:
A China detectou este ano casos humanos causados pelas cepas H5N6, H9N2 e H10N3, com dois casos fatais de H5N6 na província de Fujian. Ambos os casos tiveram exposição a aves domésticas de quintal antes do início dos sintomas, disse a EFSA.
O caso de gripe aviária H10N3 foi o terceiro já relatado globalmente.
ALEMANHA:
A Alemanha relatou um surto raro de gripe aviária H7N5 altamente patogênica em uma fazenda na parte ocidental do país, perto da fronteira com a Holanda, informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 4 de julho. Foi o primeiro surto de H7N5 nos registros públicos da entidade.
Reportagem de Sybille de la Hamaide, Tom Polansek, Cassandra Garrison, Peter Hobson, Jennifer Rigby, Leah Douglas e Caroline Stauffer; Edição de Bill Berkrot
Fonte: noticiasagricolas
