“Sou contra a venda da Avibras no sentido de ela sair da mão de brasileiros. É importante que tenhamos tecnologia nacional bélica”, disse o deputado à Sputnik Brasil. “O nosso poder dissuasório é justamente ter tecnologia e poder fabricá-la. […] Ficaremos sem os engenheiros e sem a tecnologia. São décadas que se perdem.”
“No Brasil, os bancos têm medo de financiar indústria de defesa, porque agentes externos, que são os capitalizadores dos bancos nacionais, falam o seguinte: ‘Não financiem a defesa'”, revelou o deputado Luiz Phillipe. “Os bancos privados brasileiros simplesmente negam qualquer tipo de adiantamento ou garantias para empresas que estão lidando com produtos de defesa. E o governo não tem orçamento nenhum nessa linha.”
“Na minha análise, nós não temos defesa. A verdade é esta: não temos uma política de segurança nacional”, lamentou o deputado. “Não garantimos as nossas fronteiras, que são porosas e completamente abertas. Isso se reflete nos 50 mil mortos por ano, no aumento do contrabando e do narcotráfico. Porque não há defesa das fronteiras.”
“São centenas de bilhões [de reais] jogados para cabide de emprego. Na minha percepção, [os militares] estão mais parecidos com funcionários públicos concursados comuns do que com uma força militar”, asseverou Luiz Philippe. “Temos uma subversão muito grande das Forças Armadas, que não pensam fora do Brasil, mas sim dentro da caixinha de interesses pessoais e locais, como um grupo político interno.”
“Mas o único planejamento que querem fazer [no Brasil] é para garantir as aposentadorias dos quadros funcionais, que, convenhamos, vão todos se aposentar muito bem. Infelizmente nossos gastos com defesa hoje são inócuos, e isso representa um grande perigo para nós”, concluiu o deputado Luiz Philippe de Orleans.
Fonte: sputniknewsbrasil