Em um estudo pioneiro, pesquisadores encontraram bactérias em tintas comerciais para tatuagens e maquiagem permanente, sugerindo que podem causar infecções em humanos.
“Nossas descobertas revelam que tintas de tatuagem não abertas e seladas podem abrigar bactérias anaeróbias, conhecidas por prosperar em ambientes com pouco oxigênio, como a camada dérmica da pele, além de bactérias aeróbias”, disse o pesquisador Seong-Jae (Peter) Kim, microbiologista do Centro Nacional de Pesquisa Toxicológica da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.
“Isso sugere que tintas de tatuagem contaminadas podem ser uma fonte de infecção por ambos os tipos de bactérias”, acrescentou.
Os achados foram publicados na edição de 2 de julho do periódico Applied and Environmental Microbiology, da American Society for Microbiology (Sociedade Americana de Microbiologia).
O objetivo dos pesquisadores era medir a prevalência de contaminantes microbianos nas tintas de tatuagem disponíveis no mercado dos EUA.
Kim destacou que os resultados enfatizam a importância de monitorar as tintas em busca de bactérias e microorganismos.
A equipe utilizou uma incubadora padrão e uma câmara anaeróbica para testar as soluções de tinta em busca de bactérias. A incubadora foi usada para detectar bactérias aeróbias, que precisam de oxigênio para sobreviver. A câmara anaeróbica criou condições ideais para bactérias que não precisam de oxigênio.
“Ambos os tipos de bactérias, aeróbias e anaeróbias, podem contaminar as tintas”, afirmou Kim em um comunicado de imprensa do periódico.
A equipe testou 75 tintas de tatuagem de 14 fabricantes. No total, cerca de 35% das tintas de tatuagem ou maquiagem permanente vendidas nos EUA estavam contaminadas com bactérias, descobriram.
Kim também destacou que infecções microbianas não são o único problema associado às tintas. Complicações como reações inflamatórias e alérgicas, além de respostas tóxicas, são outros riscos significativos.
“Dados os resultados de nosso estudo, queremos enfatizar a importância de monitorar continuamente esses produtos para garantir a segurança microbiológica das tintas de tatuagem”, disse Kim.
A equipe planeja continuar trabalhando em duas frentes. Eles buscarão desenvolver métodos mais rápidos, precisos e menos trabalhosos para detectar micróbios nas tintas de tatuagem. Além disso, planejam aprofundar a investigação sobre a diversidade de contaminantes microbianos para evitar a poluição dos produtos.
FONTE: Sociedade Americana de Microbiologia
Fonte: gazetabrasil