Review: jogo F1 24 leva duelo Senna x Verstappen para as pistas virtuais


Desde que a Liberty Media adquiriu os direitos comerciais da Fórmula 1, a categoria promoveu uma revolução que busca atrair um público diferente, que também se importa com o espetáculo, não apenas na competição esportiva. E o jogo oficial da categoria tem ido pelo mesmo caminho nas mãos de EA e Codemasters. Autoesporte recebeu uma licença do F1 24 para PlayStation 5 e avaliou o jogo, que já está disponível (veja os preços mais abaixo).

Herança dos tempos em que os jogos ainda eram majoritariamente offline, o modo Carreira passou pelas maiores mudanças em quase 10 anos. Pela primeira vez, é possível escolher pilotos reais, e não apenas criar um do zero. Estão disponíveis todos os competidores da Fórmula 2 e da Fórmula 1.

Mas o melhor de tudo é que o jogador agora pode disputar campeonatos com lendas da categoria, como Ayrton Senna, Michael Schumacher, Nigel Mansell e Felipe Massa, por exemplo. É uma maneira lúdica e inusitada de comparar os astros do passado com ídolos atuais.

Afinal, quem nunca comparou o maior nome do automobilismo brasileiro com Lewis Hamilton ou Max Verstappen?

Mas há uma série de outras variáveis, que deixaram esse modo mais complexo e dinâmico. Decisões tomadas dentro e fora das pistas afetam a reputação do piloto. Se o desempenho for bom, o jogador pode participar de reuniões secretas de contrato, receber ofertas de outras equipes e deixar a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento mais (ou menos) motivada

Resisti à tentação de escolher Ayrton Senna e segui a recomendação da Codemasters e iniciei a carreira na Fórmula 2 com Oliver Bearman. Ao conquistar o campeonato e fazer a progressão para a Fórmula 1, imaginei que apenas equipes menores gostariam de firmar um contato com um novato. Porém, o jogo falha nesse aspecto e permite que um jovem iniciante deixe o tricampeão Max Verstappen a pé.

Falando em Max Verstappen, o piloto holandês deu sua parcela de contribuição para o jogo ao ajudar no desenvolvimento do novo Dynamic Handling, segundo a EA, a principal mudança na física do game. No material divulgado pela desenvolvedora, essa nova mecânica “redefine a sensação do carro para produzir um comportamento mais previsível e desempenho realista”. Não foi o que pareceu.

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Ainda que seja possível notar diferenças no comportamento do carro ao exagerar no ataque às zebras, percebi que o jogo não evoluiu na dirigibilidade e segue o caminho de se tornar mais arcade e menos simulador.

Tentei alguns diferentes ajustes, mas as opções disponíveis vão aos extremos. Ou deixam a condução artificial (e fácil) demais, ou tornam praticamente impossível para um jogador casual. Não existe meio termo em que o carro saia de traseira, por exemplo, mas o piloto consegue retomar a trajetória, como de fato acontece nas pistas reais.

Há algumas outras incoerências. Em um treino classificatório com chuva, por exemplo, todos os pilotos usavam pneus para pista seca. Os danos após colisões semelhantes parecem não seguir um padrão.

Por outro lado, há pinceladas de outros jogos da EA, como o EA Sports FC, o antigo Fifa. A mais perceptível delas é a trilha sonora com mais de 30 faixas e o conhecido bom gosto musical da desenvolvedora.

Os gráficos também foram aprimorados, com pilotos mais bem desenhados e novos detalhes das pistas. Um aceno para quem acompanha o campeonato real é que os pilotos gravaram algumas falas, reproduzidas em situações específicas. Pontos para o F1 24.

Na versão mais recente do F1, EA e Codemasters seguem na jornada de atrair jogadores casuais, não apenas os fiéis adeptos que grudam os olhos na tela para acompanhar cada etapa da categoria. Trazer ídolos do passado e deixar a jogabilidade menos apurada são grandes acertos, mas aumentar a complexidade do modo carreira pode acabar prejudicando esse caminho.

Por outro lado, quem realmente gosta de simuladores verá que o F1 24 perdeu parte da essência. E nada indica que isso vá mudar nos próximos anos. Talvez só a chegada de um novo regulamento para a disputa real possa promover essa guinada na direção dos simuladores.

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Fonte: direitonews

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