“É fácil de transportar, não precisa ser em mala, eles usam uma chave de ‘hardware’, uma ‘hardwallet’, que parece um pendrive, mas com bilhões de reais, se for o caso”, explica o agente da PF.
“É possível transportar grandes quantias para qualquer pessoa em qualquer lugar do país e do mundo. Ela é transfronteiriça. E às vezes o país para o qual vai o ativo é um paraíso fiscal”, disse Rodrigues à Sputnik Brasil.
“A empresa tinha vários ‘amigos’ conhecidos no negócio e pessoas de confiança que estavam ganhando”, relatou à Sputnik Brasil uma das vítimas do golpe, sob condição de anonimato.
“Essas pessoas chegam ostentando, com carros de luxo e mostrando seus ganhos no negócio. Isso já chama a atenção de um possível cliente”, contou Orchel, em entrevista à Sputnik Brasil.
Criptomoedas são uma ‘mão na roda’ para o PCC, diz especialista
“Não podemos encarar o PCC apenas como um grupo criminoso. Eles já são um grupo empresarial estruturado, com vários setores dentro da organização criminosa. Cooptam advogados para fazer acompanhamento jurídico, tratando de tráfico de drogas e assistência às famílias”, indica.
“Eles conseguem transferir grandes quantias de capitais com custos relativamente reduzidos. Para os criminosos que lavam dinheiro, é uma ‘mão na roda’. Oculta o valor, não sofre com regulação de órgão de controle nem com inflação, e não há agentes especializados para lidar com a situação de maneira adequada”, aponta.
Projeto de lei deixa brechas
“Com a falta de regulamentação, as pessoas não têm a quem recorrer”, diz Ribeiro.
“Não sabemos se os NFTs e tokens gerados em jogos, por exemplo, serão considerados investimentos ou não. Posso alegar que comprei um NFT e dizer que não é um investimento”, alerta Klafke em entrevista à Sputnik Brasil. Dessa forma, esses ativos escapariam da fiscalização para o combate a eventuais crimes.
“Temos o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários [CVM], a Receita Federal na regulação do Imposto de Renda [IR], o Procon [Programa de Proteção e Defesa do Consumidor], o Senacon [Secretaria Nacional do Consumidor] e uma série de órgãos que poderiam agir”, enumerou.
“Temos a expectativa de que o projeto seja votado após as eleições. Com o avanço na tramitação, damos um passo importante, mas não definitivo”, afirmou.