“Com o surgimento do WikiLeaks em 2006, abriu-se o precedente para o que hoje entendemos como jornalismo investigativo. Sua forma era simples: uma plataforma onde podiam ser carregados documentos que estavam disponíveis para todos e que podiam ser revisados por outros jornalistas. [O WikiLeaks] envolveu um trabalho muito profundo de arquitetura de computadores, mas acima de tudo uma visão muito clara da liberdade de expressão e do acesso à informação no século XXI”, disse Vázquez.
“Não podemos negar que, com a utilização das novas tecnologias de informação e da [inteligência artificial] IA, a forma como as pessoas são informadas mudou drasticamente. Isso nos lembra que o grande conglomerado global de meios de comunicação social corporativos há muito monopoliza o conteúdo que milhões de pessoas veem e os conceitos que temos sobre jornalismo, conhecimento e cultura. Porque se uma plataforma, um meio ou um comunicador sai desses cânones, eles praticamente desaparecem, ficam invisíveis”, afirma.
O fator Assange nas eleições dos EUA
“Biden é uma figura que não teve o peso que outros presidentes tiveram. Até Trump, que foi criticado por todo o mundo, era amado por aqueles EUA mais tradicionais. O caso pode ser aproveitado pela direita norte-americana, que é favorável a Trump e pode tomá-lo como uma bandeira da liberdade de expressão”, considera o especialista.
“Um sinal de que a injustiça pode ser remediada”
A lição da punição
“E também aquele castigo exemplar que se manifestava na não possibilidade de sair ao sol, no isolamento, na falta de comunicação, na impossibilidade de ter contato com seus laços afetivos ou de ter apenas uma hora por semana para falar ao telefone com sua esposa, são uma manifestação visível de um modelo de democracia ocidental que está em crise, e que nessa crise revelou a sua pior face”, acrescenta a renomada jornalista mexicana.
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Fonte: sputniknewsbrasil