“O radicalismo bolsonarista posicionou vários parlamentares no Congresso Nacional, conferindo uma força simbólica ainda maior para as bancadas conservadoras, as chamadas bancadas ‘B’, do boi, da bala e da Bíblia”, explica.
“Esses tratamentos indecorosos, por assim dizer, entre os deputados, entre os parlamentares em geral, são menos comuns entre os senadores e mais comuns na Câmara dos Deputados, até pela própria geografia da Câmara, que é muito mais ampla e com mais pessoas”.
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“O mecanismo que vem sendo utilizado pela Câmara para estancar esses atos de violência recíproca, que existem hoje de forma até banalizada na Câmara dos Deputados, deve ser utilizado para acalmar os ânimos e trazer os deputados para a racionalidade. Ninguém está querendo arriscar o seu mandato por causa de uma discussão e exacerbação de falas, inclusive indo à questão da violência física”, afirma.
Um parlamentar mais à direita diz que “a atitude deveria ser punida severamente. Não é algo que se faça dentro de um parlamento. Precisamos dar exemplo”. Outro mais à esquerda sinaliza que “é preciso analisar como que chegou às vias de fato, para a briga, e o parlamentar que incitou o feito é quem deve ser punido […] quem sabe até com a suspensão do mandato”.
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No entanto, Ernani Carvalho alerta para os possíveis riscos: “Se vai ser usado como um mecanismo de controle ou de perseguição excessiva, todo mecanismo que coloca limites às regras sociais está passível desse tipo de utilização também”. Apesar disso, ele acredita que, “no momento, a preocupação da Casa seja realmente apaziguar os ânimos e evitar que esse tipo de comportamento se perpetue e se multiplique”.
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Fonte: sputniknewsbrasil