Agroindústrias gaúchas participam de Feira do Queijo em SC

As agroindústrias gaúchas sofrem impactos com a recente catástrofe climática pela qual passou o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Para amenizar os prejuízos e manter a comercialização dos produtos que não foram afetados e estão em condições de consumo, a Emater/RS-Ascar, em parceria com a Epagri de Santa Catarina, está coordenando a participação de 24 empreendimentos familiares na Feira do Queijo Gaúcho, que acontece de sexta-feira a domingo (07 a 09/06), no município de São José, em Santa Catarina. Nesses dias, o Shopping Itaguaçu vai sediar a comercialização de embutidos, queijos, iogurtes, vinhos, espumantes, sucos, geleias, doces em calda, doces de leite, cachaça, frutas cristalizadas e farináceos de 23 empreendimentos familiares gaúchos.

Todos os empreendimentos fazem parte do Programa Estadual da Agroindústria Familiar (Peaf), uma política pública estadual que tem o objetivo de fomentar a agroindustrialização e formalização da atividade.

No Rio Grande do Sul, muitas agroindústrias, em diferentes regiões do Estado, perderam instalações, equipamentos, matérias-primas, estoque, insumos, além de lavouras e criações. Mesmo não tendo sido diretamente atingidos pelas enxurradas e enchentes, há hoje empreendimentos familiares que não estão conseguindo comercializar seus produtos, principalmente pelas dificuldades de acesso a essas propriedades, em função de muitas estradas estarem danificadas, impedindo o trânsito de mercadorias, como de ração para os animais.

Em relação à comercialização, a Emater/RS-Ascar tem recebido relatos de cancelamento de no mínimo 13 feiras. “Sabemos que tem agroindústrias que dependem da realização dessas feiras, principalmente para se manterem nesse período conturbado que a gente está vivendo”, avalia a extensionista e engenheira de Alimentos, Bruna Bresolin, que acompanha o grupo de empreendedores familiares gaúchos, na Feira do Queijo Gaúcho, em SC. “Queremos fazer o escoamento do estoque, garantindo a rotatividade de produto, para que os empreendedores tenham viabilidade econômica”, avalia.

“Apesar de todas essas dificuldades, estamos recebendo vários contatos de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, de lojistas se propondo a comprar os produtos das agroindústrias gaúchas”, destaca Bruna, ao ressaltar a importante parceria da Emater/RS-Ascar com a Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), na publicação de uma portaria, autorizando o comércio interestadual de produtos que hoje têm somente inspeção municipal e estadual. “Isso possibilitou que produtos de origem animal, que iriam circular só no município ou só no Estado, possam ser vendidos em outros lugares”, celebra a extensionista.

A partir dessa portaria, foi feito um carregamento de três toneladas de queijos e doces de leite de agroindústrias gaúchas, vendidos para vários estados, e feitos diversos contatos para a realização de feiras, além desta em Santa Catarina, também em Lages, Curitiba e em São Paulo.

“O que nos enche de esperança e nos deixa muito alegres é essa empatia que os outros estados estão tendo com a situação aqui do Rio Grande do Sul, e por isso estão criando essas oportunidades”, avalia Bruna, ao antecipar a preocupação, “enquanto Extensão Rural e Social de quem operacionaliza o Programa Estadual de Agroindústria Familiar, é que esses empreendimentos criem e conquistem novos mercados, a exemplo dessa Feira em SC”.