Após quase dez anos, a premiação da OBMEP, que neste ano registrou a participação de mais de 18 milhões de estudantes e é considerada a maior olimpíada de matemática do mundo, voltou a contar com a participação de um presidente.
Para uma plateia com 650 estudantes, além de pais e autoridades, Lula exaltou em um extenso discurso a importância do investimento em educação. O evento aconteceu na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, e também contou com a presença do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), e dos ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação).
O petista lembrou que a educação é sua obsessão e que todos os brasileiros devem ter acesso garantido às estruturas de qualidade.
“O filho de trabalhador era predestinado a cortar cana e viver de salário mínimo. Sou o primeiro presidente da República a não ter diploma, mas fui o que mais criou universidades e institutos federais. Eu tinha o sonho de estudar, de ser economista […]. Todos tem que ter o direito de se formarem e serem o que quiser da vida”, defendeu.
O presidente ainda acrescentou que os jovens vão tirar o Brasil da “pequenez de quem conduzia o país durante tantos anos”.
Em sua décima oitava edição, a OBMEP registrou a presença de estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio de 55,3 mil unidades de educação de 99,8% dos municípios brasileiros. O número, segundo Lula, mostra a potência do país e da necessidade de valorização das escolas públicas.
A olimpíada foi criada ainda em 2005, ao final do primeiro mandato de Lula. “Na época, diziam que crianças das escolas públicas não gostam de matemática […]. Coloquei como meta que todos possam ter a mesma chance de desfrutar as mesmas coisas pra gente ver quem é quem nesse país”, declarou.
O petista também ressaltou que a população brasileira precisa superar o “complexo de vira-lata” e, assim, colocar o país na posição de liderança que sempre mereceu. “A gente não vai permitir que roubem a nossa criação como aconteceu com o avião […]. Americanos e europeus deitam e rolam em cima de nós, agora os chineses, porque quem investe em educação vence a batalha”, disse. Durante o evento, Lula e a primeira-dama Janja da Silva foram condecorados com a medalha honorária da olimpíada.
Paes ressalta currículo de secretário municipal
Durante a cerimônia, o prefeito Eduardo Paes ressaltou que o atual secretário de Educação do município, Renan Ferreirinha, chegou a ser premiado na juventude com a medalha da OBMEP. Além disso, Paes ressaltou que só a capital fluminense conta com uma rede de ensino pública com mais de 700 mil estudantes.
“Ele vem de São Gonçalo, que é uma cidade aqui da periferia da cidade do Rio de Janeiro, estudou em escola pública e através das Olimpíadas de Matemática, política pública criada pelo presidente Lula no seu governo, permitiu que esse jovem de São Gonçalo conquistasse uma bolsa numa das melhores ou considerada a melhor universidade do mundo, a Universidade de Harvard dos Estados Unidos”, contou.
Estudante do Ceará fez primeira olimpíada em 2018
Uma das premiadas com medalha de ouro da edição, a estudante Isabela Ruthnner, de 18 anos, disse à Sputnik que participou da olimpíada pela primeira vez em 2018, quando estava no sétimo ano e conseguiu a prata. Em 2022, ela realizou um sonho, conquistar o ouro, o que se repetiu no ano passado.
📚 Isabela Ruthner Dorn, estudante de Fortaleza, de 18 anos, falou à Sputnik Brasil sobre sua participação na Olimpíada de Matemática, em que compete desde 2018, e como participar do evento abriu diversas oportunidades para ela.
Isabela também defendeu a importância da… pic.twitter.com/Ch0CDaPbfe
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) June 11, 2024
“Tenho um carinho muito especial pela OBMEP, porque foi a minha primeira Olimpíada e também está sendo a minha última agora, porque eu terminei o ensino médio no ano passado passado”.
“Então ter aberto e fechado essa história com a olimpíada é muito especial para mim, e por causa dela eu descobri outras Olimpíadas em um nível mais elevado, que me trouxeram oportunidades tanto de eventos aqui dentro do país quanto eventos de Olimpíadas fora, e isso mudou tanto a minha vida. Conhecer pessoas de todos os lugares, quanto expandir a minha visão de que eu não preciso necessariamente estudar só no país, eu posso estudar fora e depois voltar, e que o mundo na verdade é muito grande, e com o estudo a gente consegue chegar em vários lugares diferentes“, acrescentou.
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Fonte: sputniknewsbrasil