A Stellantis corre contra o tempo para lançar a família de motorizações híbridas flex Bio-Hybrid no Brasil já em 2024. São quatro os modelos que a fabricante eletrificará primeiro, conforme já reportado por Autoesporte, todos com lançamento previsto entre o fim deste ano e primeiro trimestre de 2025: os Fiat Pulse e Fastback e os Jeep Compass e Commander.
Segundo o Autos Segredos, Pulse e Fastback receberão um sistema micro-híbrido flex de 12V sem tração elétrica nas rodas. Agora, Autoesporte pode afirmar que Compass Bio-Hybrid e Commander Bio-Hybrid serão equipados com um sistema micro-híbrido mais robusto, de 48V, com capacidade de emular um híbrido flex pleno (HEV) como o do rival Toyota Corolla Cross.
Na apresentação das plataformas Bio-Hybrid, em julho do ano passado, o time de engenheiros da Stellantis chamou a tecnologia Bio-Hybrid e-DCT de micro-híbrida ou MHEV, o que causou confusão entre jornalistas. Afinal, pela forma com que o sistema foi explicado, tudo levava a entender que se tratava de um híbrido pleno (HEV), visto que haveria a possibilidade de o motor elétrico tracionar as rodas. Mas não é exatamente o caso.
Os novos Compass e Commander Bio-Hybrid e-DCT serão micro-híbridos flex de 48V com um motor elétrico mais robusto que o do sistema de 12V de Pulse e Fastback. Contudo, o conjunto não chega a ser um híbrido pleno (HEV) como o do Corolla Cross, pois seu motor elétrico é muito menos potente que o da Toyota e traciona as rodas em momentos muito mais pontuais de uso.
Funciona assim: o motor 1.3 GSE turbo flex de 180 cv de potência com gasolina e 185 cv com etanol e 27,5 kgfm de torque com qualquer combustível, está acoplado a um motor elétrico de cerca de 30 cv de potência, menos da metade dos 72 cv de Corolla e Corolla Cross. Eles se integram a um câmbio automatizado de dupla embreagem com seis marchas. Neste outro artigo, explicamos por que as caixas de dupla embreagem estão ganhando força em modelos híbridos.
Esse trem de força se liga um motor de arranque de 48 Volts (apelidado de “superalternador”) por correia. As baterias de íons de lítio terão 0,9 kWh de capacidade e ficarão posicionadas sob o banco do motorista. Todo o sistema dará um peso extra de cerca de 60 kg aos SUVs.
Compass e Commander Bio-Hybrid poderão ser tracionados em modo apenas elétrico em dois momentos pontuais: manobras de estacionamento e engarrafamentos. O sistema permitirá que tanto ambos rodem até 1 km em modo elétrico com o motor a combustão desligado em circulações a até 30 km/h. E gera torque e potência de modo auxiliar ao motor 1.3 turbo eventualmente.
Em paralelo, outro sistema de 12V tem as mesmas funções do sistema Bio-Hybrid micro-híbrido de Pulse e Fastback: aciona os sistemas elétricos do carro na fase fria do motor e gera o modo “coasting” para manter o veículo em movimento a velocidades de cruzeiro com o câmbio desacoplado e o motor momentaneamente desligado.
Há, ainda, a frenagem regenerativa, que ajuda a recarregar as baterias. Com isso, a Jeep conseguirá oferecer uma “experiência elétrica” de condução contra os rivais chineses BYD Song Plus e GWM Haval H6.
Com as versões Bio-Hybrid e-DCT, fontes ligadas à empresa estimam que Compass e Commander híbridos flex ficarão entre 7% e 20% mais econômicos, com consumo próximo de 12 km/l na cidade com gasolina. Por enquanto, a Stellantis não prevê versões híbridas plug-in (PHEV) do sistema Bio-Hybrid para os dois SUVs. Segundo o Autos Segredos, tal configuração só deve chegar em 2027, com a nova geração do Compass nacional.
Fonte: direitonews