Via @portalg1 | O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu investigação contra o promotor de Justiça Francisco Santiago, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), acusado de chamar uma advogada de “galinha garnisé”, em março deste ano. Veja o vídeo no final da matéria.
A decisão foi tomada durante a 8ª Sessão Ordinária, na última terça-feira (28).
De acordo com o CNPM, as investigações apontam que o promotor não respeitou os “deveres funcionais de desempenhar com zelo e presteza suas funções; […] tratar com urbanidade magistrados, advogados, partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da Justiça”.
O procedimento que investiga o promotor será entregue a um conselheiro relator, e o prazo para a conclusão do processo é de 90 dias. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, o promotor não foi afastado das funções. O g1 procurou o promotor e aguarda retorno.
O promotor Francisco Santiago já participou de julgamentos de grande repercussão, como o caso de agressão do ex-cunhado da apresentadora Ana Hickman, em 2017.
Entenda
Uma sessão de júri foi adiada em Belo Horizonte após o promotor de Justiça Francisco Santiago, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), chamar uma advogada de “galinha garnisé” e falar que ela faria striptease.
O julgamento aconteceu no último 26 de março. Os réus eram Deivison Roberto de Araújo e Wkisley Rodrigues de Souza, acusados de envolvimento em um homicídio.
“Eu nunca tinha passado por uma situação assim em 13 anos de advocacia. Eu estava inclusive me sentindo honrada por saber que ia participar de um júri ao lado dele, mas o que poderia ter sido um grande aprendizado para ambas as partes, teve um final lastimável. Fere não somente a advocacia, mas o judiciário e a sociedade como um todo. Estou traumatizada”, disse advogada Sarah Quinetti Pironi, à epoca.
O g1 teve acesso à ata de reunião da sessão de julgamento. De acordo com o documento, o desentendimento começou após a fase de réplicas e tréplicas.
Ainda conforme a ata, após a discussão, a juíza Marcela Oliveira Decat de Moura dissolveu o conselho de sentença e adiou o julgamento para o dia 5 de junho (veja trechos abaixo).
Trecho da ata do julgamento que descreve o momento da discussão entre a advogada e o promotor. — Foto: TJMG
Decisão judicial de adiamento de julgamento — Foto: TJMG
Segundo Pironi, todas as providências necessárias estão sendo tomadas. Os advogados Rodrigo Badaró e Rogério Varela, que fazem parte do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), protocolaram uma reclamação disciplinar contra o promotor Francisco Santiago.
Eles solicitaram a apuração dos fatos e o afastamento cautelar do promotor, com o objetivo de impedir que outras advogadas sejam ofendidas da mesma forma (veja abaixo).
Pedido de afastamento do promotor até que denúncia seja apurada. — Foto: CNMP
Por g1 Minas — Belo Horizonte
Fonte: @portalg1