A Stellantis é dona de 30% do mercado brasileiro. Líder isolada nas vendas, também é esperado que o grupo faça os maiores investimentos no Brasil. Parte dos R$ 30 bilhões anunciados em março serão usados na produção do primeiro carro elétrico nacional da empresa até 2030. Mas ele deve usar tecnologias de uma marca muito menos conhecida que Fiat, Jeep, Peugeot ou Citroën: a chinesa Leapmotor.
Sim, uma empresa que em 2023 vendeu, em todo o mundo, um terço de carros que a Fiat comercializou no Brasil no mesmo período. E que acaba de registrar por aqui os primeiros veículos. Mas o mérito da Leapmotor é conseguir oferecer carros elétricos com preços competitivos e bom nível de tecnologia. Sejam eles de entrada, como o T03, ou com posicionamento mais próximo do luxo, como o C11.
Essa característica fez com que a Stellantis se tornasse parceira da fabricante chinesa em outubro de 2023, após investir 1,5 bilhão de euros (cerca de R$ 8,3 bilhões, na conversão direta). Na última semana, o gigantesco grupo confirmou que a Leapmotor será lançada no Brasil no final do ano com os modelos T03 e C10 (veja mais abaixo).
Na última segunda-feira (20), em evento que confirmou R$ 14 bilhões de investimentos para a fábrica da Fiat em Betim (MG), o presidente da Stellantis na América do Sul, Emanuele Cappellano reafirmou que o elétrico nacional chega até 2030 e que há duas “oportunidades” de trabalho com a Leapmotor. “Uma de produto e outra de acesso à nova tecnologia. A América do Sul é interessada nas duas coisas”, disse.
A chegada da marca ao Brasil não significa exatamente que o primeiro elétrico nacional da Stellantis seja um Leapmotor. Porém, a transferência de tecnologias dos chineses pode permitir que o grupo escolha outra marca para tal feito.
Ou seja, é possível que a Stellantis prefira marcas de veículos mais caros para o primeiro elétrico nacional. Nesse caso, Peugeot, Jeep e Ram poderiam ser as escolhidas, considerando o posicionamento atual.
Atualmente, a Leapmotor vende quatro modelos. Dois deles já foram confirmados para o Brasil. O mais barato é o T03, que a própria Stellantis cogita produzir e vender na Europa como um modelo de entrada. E que será lançado por aqui.
Estamos falando de um subcompacto de 3,62 metros de comprimento e 2,40 m de entre-eixos, mesmo porte de um Renault Kwid, vendido na Europa como Dacia Spring. Mas o T03 é um produto de melhor qualidade. Começando pelo interior, que tem quadro de instrumentos digital de 8 polegadas e central multimídia de 10,1″. Entre os equipamentos, há alerta de mudança de faixa e frenagem de emergência. Com motor elétrico de 95 cv, o T03 tem até 280 km de autonomia no ciclo europeu.
Já o C10 é o primeiro carro global da marca e o outro escolhido pela Stellantis para chegar Brasil. Estamos falando de um SUV de porte grande, com 4,74 metros de comprimento — tamanho semelhante ao de um Jeep Commander —, 2,83 m de entre-eixos e 1,90 m de largura.
Na China, entre configurações elétrica e elétrica de autonomia estendida são três versões. Todas são equipadas com um motor de 231 cv de potência 32,6 kgfm. O que muda é o tamanho da bateria, que pode ser de 52,9 kWh para uma alcance de 410 km no ciclo chinês ou 69,9 kWh, nesse caso com alcance de 530 km.
Por fim, a opção de autonomia estendida ainda traz um motor 1.5 aspirado de 95 cv que atua como gerador. Nesse caso, a bateria menor, de 28,4 kWh garante 210 km no modo elétrico, mas alcance total de até 1.190 km.
No interior, o C10 tem soluções interessantes, como bancos dianteiros que podem ser rebatidos para formar uma superfície quase plana. A central multimídia tem tela de 14,6 polegadas e, como em alguns outros carros chineses, os botões foram praticamente abolidos. Por fim, há teto solar panorâmico e acabamento que parece ser de qualidade superior.
C01 e C11 já podem ser considerados produtos de luxo, ambos com inclusive com opções elétrica e com extensão de alcance.
O primeiro é um sedã executivo de 5,05 m que pode oferecer até banco traseiro com ajustes elétricos de inclinação. Já o C11 é um SUV de medidas similares às do C10. São 4,75 m de comprimento e 2,93 m de entre-eixos. No interior da dupla, uma cabine de luxo com três telas para quem viaja na frente: duas de 10,25 polegadas e uma central multimídia de 12″.
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Fonte: direitonews
