A Petrobras registrou uma queda de R$ 34 bilhões em seu valor de mercado nesta quarta-feira (15), após o anúncio da demissão de Jean Paul Prates da presidência da empresa. O valor de mercado da petroleira ao final do pregão foi de R$ 509 bilhões, em comparação com os R$ 543 bilhões do dia anterior.
O desligamento de Prates, realizado pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite de terça-feira (14), ocorreu em meio a controvérsias sobre a distribuição de dividendos da companhia.
De acordo com Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, o montante perdido equivale ao valor total das ações da Hapvida.
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que conferem direito a voto nas decisões da companhia, apresentaram uma queda de 6,78%, enquanto as ações preferenciais (PETR4), que têm preferência no recebimento de dividendos, caíram 6,04%.
O presidente Lula tomou a decisão de demitir Prates após uma série de desentendimentos deste com o governo federal, o principal acionista da empresa. A situação se agravou com a controvérsia em torno da distribuição de dividendos extraordinários pela petroleira, na qual Prates se absteve de votar, em desacordo com a orientação do governo.
Prates alegou que sua demissão foi motivada por questões políticas e discordâncias com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Em comunicado ao mercado divulgado nesta quarta-feira (15), a estatal informou que seu conselho de administração aprovou o encerramento antecipado do mandato de Prates e que ele também renunciou ao cargo de membro do conselho. Clarice Copetti foi nomeada como presidente interina da companhia, substituindo Prates, enquanto Carlos Alberto Rechelo Neto assume interinamente o cargo de diretor financeiro e de relacionamento com investidores.
A notícia da demissão de Prates pegou o mercado de surpresa e gerou preocupações quanto à continuidade dos investimentos e à interferência política na empresa, embora algumas análises sugiram que a substituição pode trazer uma gestão mais alinhada com os interesses do governo.
Fonte: gazetabrasil