“Então você tem o retorno de alguns refugiados, não vou dizer de todos, mas alguns refugiados […] ao seu país. Ele, de uma certa maneira, [acabou] politicamente fortalecido, […] em termos políticos, ele conseguiu se estabelecer. Você percebe na população, conversando com a população — que eu acho que é esse povo que tem que ser ouvido —, eles dizem, sempre a máxima é: ele [Assad] nos salvou do Estado Islâmico”, explica.
“Assad fez uma visita à China logo que ele assumiu, mais ou menos em 2000. […] recentemente, ele voltou à China em busca desse apoio [financeiro] […]. Então você vê a Síria buscando a China por um apoio financeiro para essa reconstrução.”
Por que a Síria não reagiu ao ataque de Israel à Embaixada do Irã em Damasco?
“A Síria tem um papel muito importante nas relações com o Irã, […] existe um pacto de mútua defesa desde 2006, existe uma aliança desde 1980 entre a família Assad” e Teerã, explica o especialista.
A Síria se tornou um alvo por sua boa relação com a Rússia?
“Desde a época da União Soviética existe uma base marítima na cidade de Tartus, na Síria, que até hoje é a única base marítima russa fora do seu território. Nós temos que entender que 10% da população síria é cristã ortodoxa, que é o mesmo ramo do cristianismo seguido pelos russos, então aí também tem esse soft power de dizer que eles estão protegendo os cristãos da Síria.”
“Agora o cidadão comum que ficou [na Síria] está tendo uma extrema dificuldade, porque a Síria é um país onde falta luz todos os dias, onde você não tem abastecimento de luz e de água regular. A economia não voltou a funcionar a pleno vapor, então também falta emprego. Enfim, é um país que, depois de 13 anos […], está ainda bem no início da sua reconstrução.”
“Por exemplo, a falta de energia elétrica, que é um problema até hoje. Você vai ter uma inflação absurda, que é um problema que até hoje essa população vive. Então hoje, no quadro, há uma tentativa de retomada da normalidade, da retomada de colocar esse país de pé de novo, tanto que em 2020 […], quase dez anos depois, reabrem alguns museus em Damasco, começa a ser estimulado o turismo. Então os pontos turísticos foram sendo reabertos, o aeroporto foi reaberto, mas a população sofre muito ainda com a inflação, com a falta de energia, com a falta de alguns alimentos. É uma situação, não vou dizer precária, mas uma situação difícil.”
Fonte: sputniknewsbrasil