O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, enfrenta dificuldades para retomar suas atividades devido aos alagamentos que afetaram a estrutura do terminal. Devido aos fortes temporais que atingiram o Rio Grande do Sul, o aeroporto está submerso há mais de duas semanas, levando à suspensão do tráfego aéreo pela Fraport, a concessionária responsável, na semana passada.
O prazo estimado para a retomada das operações considera danos significativos à pista de pouso, à infraestrutura elétrica, ao sistema de radar e às luzes de balizamento, componentes essenciais para as operações de pouso e decolagem. Como alternativa, está sendo considerada a adaptação da Base Aérea de Canoas, da Aeronáutica, para receber voos comerciais a partir da próxima semana.
Inicialmente, prevê-se que a Base Aérea possa receber cinco voos comerciais diários, com possibilidade de ajustes conforme necessário. No entanto, será necessário estabelecer uma estrutura mínima para atender aos passageiros e facilitar as atividades das companhias aéreas. Uma opção em análise é estabelecer parcerias, como com o ParkShopping Canoas, para auxiliar na logística dos viajantes, oferecendo serviços como check-in e alimentação.
Em medida de proteção aos consumidores, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu as companhias aéreas de vender bilhetes com origem ou destino ao Aeroporto Salgado Filho. Essa determinação, abrangendo todos os canais de venda, foi emitida em um ofício assinado por representante da agência nesta segunda-feira.
A retomada das vendas de bilhetes dependerá de uma nova avaliação da Anac. Até o momento da redação, ainda era possível comprar passagens para Porto Alegre a partir do segundo semestre.
Os níveis dos rios continuam subindo no Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas. Nove dos dez rios monitorados pela Defesa Civil do estado estão acima da cota de inundação, conforme os dados do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS).
A Fraport solicitou uma prorrogação de 90 dias para a interdição das operações aéreas no terminal internacional, o que indica a impossibilidade de retomada das atividades até pelo menos setembro. Desde 3 de maio, o aeroporto está fechado devido às inundações.
Para auxiliar os passageiros afetados, a Anac estabeleceu que as companhias aéreas devem remarcar os bilhetes já vendidos sem custo adicional, dentro de um ano a partir da data original da viagem. O reembolso ou crédito por cancelamento de voos também deve ser realizado sem a cobrança de taxas.
O governo federal anunciou uma malha emergencial na semana passada para atender aos voos com origem ou destino ao Aeroporto de Porto Alegre. O plano prevê uma ampliação de 116 voos semanais no estado, incluindo a adaptação da Base Aérea de Canoas para receber voos comerciais, bem como a utilização de outros aeroportos na região.
Fonte: gazetabrasil