Prevê-se que o Rio Grande do Sul experiencie um retorno das chuvas intensas a partir desta sexta-feira (10), após alguns dias de precipitações mais localizadas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas serão particularmente intensas nas regiões centro-leste e nordeste do estado.
É esperado que os acumulados de chuva entre esta sexta-feira e segunda-feira (13) ultrapassem os 150 milímetros em grande parte do Rio Grande do Sul.
A região metropolitana de Porto Alegre, já impactada por enchentes, também deve registrar volumes significativos de chuva até a próxima segunda-feira.
As chuvas nessa área são motivo de preocupação devido à localização de algumas das principais bacias de captação do rio Guaíba. Com os níveis já elevados, novas tempestades podem agravar ainda mais as inundações no estado.
Segundo o meteorologista da Climatempo, Fábio Luengo, espera-se que as bacias da região recebam o maior volume de chuva, especialmente próximo ao Rio Caí e no Vale do Rio Taquari.
O Rio Grande do Sul já registrou mais de 100 mortes e mais de 130 desaparecimentos devido às chuvas. Cerca de 395,6 mil pessoas estão desalojadas, sendo 68,5 mil em abrigos e 327,1 mil em casas de familiares ou amigos.
Com o grande volume de chuvas esperado para os próximos dias, o Inmet emitiu alertas meteorológicos para diferentes regiões do estado.
O alerta mais severo, de “perigo”, abrange a metade norte do Rio Grande do Sul, incluindo cidades como Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Santa Maria e Passo Fundo. Nessas áreas, espera-se que as chuvas superem os 100 milímetros por dia, acompanhadas por ventos intensos de até 100 km/h.
Outras regiões do estado estão sob alerta de “perigo potencial” devido às chuvas intensas, com previsão de até 50 milímetros por dia, e ventos não superiores a 60 km/h.
Devido à situação das inundações no estado e à previsão de mais chuvas, o Inmet e o Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiram uma nota técnica sobre os riscos geo-hidrológicos para o Rio Grande do Sul nos próximos dias.
Os riscos geo-hidrológicos incluem possíveis consequências das fortes chuvas, como deslizamentos de terra, desabamentos, inundações, alagamentos e extravasamento de rios e canais.
No que diz respeito aos riscos hidrológicos, espera-se um aumento na quantidade de água direcionada ao Guaíba devido às chuvas esperadas para as bacias hidrográficas próximas ao rio. Além disso, prevê-se um aumento no nível da bacia do rio Uruguai e seus afluentes, localizados próximo à fronteira oeste do estado.
Em relação aos riscos geológicos, são esperados novos deslizamentos de terra em áreas urbanas, especialmente em locais onde o solo já está encharcado e com previsão de acumulados superiores a 150 milímetros nos próximos dias.
Segundo os meteorologistas, as chuvas fortes devem continuar até segunda-feira, mas o bloqueio atmosférico que tem atuado no Brasil deve enfraquecer com o avanço de novas frentes frias na próxima semana. Isso pode ocorrer a partir da segunda quinzena do mês, com a atuação de frentes frias mais intensas e em sequência.
Fonte: gazetabrasil