Em 2012 a Hyundai inaugurou sua primeira fábrica própria no Brasil, em Piracicaba (SP). A moderna unidade custou R$ 700 milhões e foi o local escolhido para produzir o Hyundai HB20, um hatch que abriu as portas de uma nova era da marca no país.
O compacto tinha uma grande missão pela frente: encarar líderes já consagrados na indústria automotiva brasileira e que vendiam sem dificuldades, como Volkswagen Gol, Fiat Uno e Palio e Chevrolet Celta.
Porém, a missão foi cumprida logo no ano de lançamento, com mais de 22 mil unidades emplacadas, número considerável, já que o lançamento aconteceu no meio do ano.
Ano após ano os números subiram, bem como sua posição no ranking dos mais vendidos. Como comparação, em 2019, quando a reestilização mais profunda foi apresentada, o compacto tornou-se o terceiro carro mais vendido do país, ultrapassando as 100 mil unidades emplacadas. Mas afinal, qual a fórmula para o sucesso?
Trata-se de uma resposta um tanto quanto simples: a marca conseguiu dosar de tecnologia e itens de conectividades embarcados já requisitados na época, com o custo-benefício de um hatch.
O resultado não poderia ser outro: um modelo inovador, jovial, completo em seu segmento e claro, acessível na medida do possível.
Entre os bons atributos do 1º Hyundai HB20, estava seu visual disruptivo, baseado na filosofia “Escultura Fluída”, que de acordo com a própria marca pode ser definida como “desenho inspirado na natureza e com o propósito de transformar o carro em uma obra de arte”.
Parte de sua identidade era exatamente a grade hexagonal e a lateral fluida, devido à linha de cintura elevada.
Dependendo da versão, o carro continha detalhes como rodas em alumínio de 14 ou 15 polegadas e molduras negras ou prateadas nos faróis, que geravam um ar mais sofisticado ao modelo.
A primeira linha do veículo também contava com opcionais como retrovisores com repetidores laterais, spoilers com break light incorporados e bicos dos jatos de água ocultos para preservar o design do capô.
Já o interior do HB20 trazia com acabamento de plástico prateado nas saídas de ar centrais e laterais, assim como na moldura do câmbio. Além disso, também como opcional, as maçanetas podiam ser metálicas; o botão da alavanca de freio e os botões de comando do volante podiam receber detalhe cromado.
No que diz respeito aos itens de série, o que chamava atenção no compacto era justamente o pacote completo desde a versão de entrada.
Até mesmo a versão mais básica contava com direção hidráulica, airbag duplo, fixação Isofix, ar-condicionado, regulagem de altura para o banco do motorista, console central com porta-objetos e porta-garrafas e o Supervision Cluster, que acendia automaticamente sempre que o motor estivesse ligado.
Já as versões mais completas ainda tinham o acréscimo do sistema de som com leitor MP3, entradas auxiliar e USB, sistema ABS e EBD, sensor de estacionamento, refletores traseiros e nas portas dianteiras, faróis de neblina e alarme com sensor de presença.
Embaixo do capô ele também não fazia feio. As versões do HB20 eram equipadas com motores flex com bloco de alumínio.
O motor 1.0 Kappa de 80/75 cv e três cilindros era a opção para quem deseja melhor eficiência energética, gerando menos consumo, diminuição na emissão de poluentes e resultando em menor custo de manutenção. Nesse caso, o torque era de 10,2/9,4 kgf,m.
Já o motor 1.6 Gamma 16v de 128/122 cv chegava a ser 23% mais potente que a média do segmento. O torque variava entre 16,5 e 16 kgf,m, de acordo com o combustível.
O HB20 da época utilizava comando de válvulas variável (CVVT) em ambos os motores, o que otimiza a mistura de ar-combustível tanto em baixas quanto em altas rotações, promovendo melhora de performance e consumo.
Ambos os motores podiam ser acompanhados do câmbio manual de cinco marchas. As versões com motor 1.6 ofereciam, opcionalmente, o câmbio automático, inicialmente de quatro, e depois de seis marchas.
Dando um salto para o ano seguinte, o carro ficou ainda mais completo, com a atualização de linha, o compacto da Hyundai passou a oferecer a central multimídia blueNav, um sistema de áudio, vídeo e navegação que integrava o pacote tecnológico do modelo.
Disponível exclusivamente para as versões Premium, a solução trazia tela colorida touch screen de 7 polegadas.
Em 2014, o carro recebeu uma edição especial comemorativa de 2 anos de produção e lançamento, a For You.
Ela tinha como diferenciais banco de couro, rodas de liga-leve de 15 polegadas, retrovisores elétricos com repetidor de seta, acabamento preto na moldura das portas, volante com regulagem de altura e profundidade e banco traseiro bipartido. Ao todo, foram 5 mil unidades produzidas.
Outra edição especial que marcou o ano foi a Edição Copa do Mundo FIFA. Como destaque ela contava com central de entretenimento blueMediaTV, novo estilo de grade frontal, retrovisores na cor preta brilhante, emblemas nos para-lamas e rodas diamantadas de 15 polegadas e cor azul Sky para a carroceria.
No mesmo ano o veículo também passou a ser comercializado em sua linha 2015, quando agregou o sistema blueAudio, banco de couro para as versões Premium, e nova cor para a carroceria.
No segundo semestre de 2015, a Hyundai lançou a nova linha do hatch no mercado brasileiro.
Entre os atributos estava a nova filosofia de design, que incorporou grade hexagonal dianteira com detalhes cromados. Na versão Premium do HB20, foram introduzidos faróis com projetores e guia de LED.
Já no interior, o carro ficou mais tecnológico com a central de entretenimento blueMedia, compatível com aplicativos Car Link e Apple CarPlay, ar condicionado automático digital, retrovisores rebatíveis automaticamente, airbags laterais e bancos de couro marrom.
No quesito mecânico, as versões dotadas do motor 1.6 passavam a contar com câmbio de seis velocidades, manual ou automático.
Porém, foi a partir da linha 2017 que o carro passou a oferecer uma versão com motor 1.0 turbo, que rendia 105 cv de potência e torque de 15,0 kgfm a 1.550 rpm. Porém, não fez o sucesso esperado, já que esse propulsor não tinha as mesmas tecnologias dos motores turbinados atuais.
Para método de comparação, a versão Comfort 1.0 Turbo MT6, rendia 8,2 km/l com etanol e 11,6 km/l com gasolina no ciclo urbano, e 10,1 km/l com etanol e 14,3 km/l com gasolina no perímetro rodoviário.
Também houve leve alteração no visual a partir da linha 2019, onde o carro ganhou grade frontal Mesh Type com contorno cromado, à exceção do HB20 Turbo 1.0, que passou a ter grade frontal com aletas e contorno cromado. O acabamento das rodas também mudou nas versões mais completas.
Linha 2013
Linha 2014
Linha 2015
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Linha 2019
Alguns proprietários do Hyundai HB20 relatam questões relacionadas ao conjunto de suspensão do hatch, por ser dura demais.
Por outro lado, o carro também possui diversos fatores ao seu favor, como o bom consumo de combustível, bem como a dirigibilidade, sendo um veículo fácil de conduzir.
Outro fator que pesa a seu favor é o bom acabamento interno. A Hyundai, mesmo seguindo a tendência de integrar diversas partes de plástico rígido no interior do veículo, conseguiu fazer com que as peças fossem bem acabadas e não produzissem um ruído interno gerado por essa falta de cuidado.
Se você se interessou pelo hatch, saiba que fará uma boa compra. O carro desde as versões mais básicas e antigas consegue entregar um conjunto bem interessante.
Recomendamos que procure unidades posteriores ao facelift. Se o orçamento permitir investir cerca de R$ 60 mil, é possível levar para casa as versões Comfort Style ou Comfort Plus com motor 1.6 e câmbio automático.
Se a verba for mais restrita, não tenha medo de escolher o Hyundai HB20 Comfort Plus de 2016, que pode ser contrado na casa dos R$ 45 mil.
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Fonte: direitonews