“O Pão de Açúcar estava sumindo, rapaz. Olha aí, agora não tem jeito, sabe? Aí pega o Atlântico, vambora, vambora, né? […] na entrada de Gibraltrar me deu uma febre, que já tinha tido no Brasil”, recorda-se Moraes.
Retrato do ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) Walfrid de Moraes, que lutou contra as forças nazifascistas de Adolf Hitler em front italiano na Segunda Guerra Mundial
Retrato do ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) Walfrid de Moraes, que lutou contra as forças nazifascistas de Adolf Hitler em front italiano na Segunda Guerra Mundial
Walfrid de Moraes, ex-combatente da FEB, no contexto da Segunda Guerra Mundial
Walfrid de Moraes, ex-combatente da FEB, no contexto da Segunda Guerra Mundial
Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Batalha de Monte Castello
Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Batalha de Monte Castello
Pôster sobre a participação da Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial faz alusão à guerra antissubmarino
Pôster sobre a participação da Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial faz alusão à guerra antissubmarino
Retrato do ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) Walfrid de Moraes, que lutou contra as forças nazifascistas de Adolf Hitler em front italiano na Segunda Guerra Mundial
Walfrid de Moraes, ex-combatente da FEB, no contexto da Segunda Guerra Mundial
Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Batalha de Monte Castello
Pôster sobre a participação da Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial faz alusão à guerra antissubmarino
“Ficava a noite toda ali tomando conta da entrada do acampamento. Quando tinha lua, muito bem. Mas quando não tinha lua… Tudo escuro”, lembra. “A gente escutava só o tiro do canhão. Ou, se não, o avião passando por cima do acampamento. Só pensava no Brasil, na minha família, meus pais.”
Todo o desconforto e insegurança se esvaneceram no Dia da Vitória, afirma o ex-combatente: “Foi uma festa. Uma beleza, porque todo mundo ficou alegre. E a chegada aqui no Brasil foi melhor ainda, não é?”
“Porque o chefe de lá, Salazar Carmona, pediu a passagem. Desfilamos na avenida principal, parece que é a avenida da Liberdade, se não me engano.”
“Rapaz, foi uma festa tremenda. Todo mundo queria invadir no meio da gente lá, agarrar soldado, abraçar…”
“Mas no fim deu tudo certo, sabe? […] E a vitória traz alegria, sabe? A vitória traz alegria.”
A FEB e a participação do Brasil na 2ª Grande Guerra
“Atualmente temos cerca de 60 brasileiros que participaram [da guerra], porém, no auge da nossa pesquisa, o número chegou a 150. É uma pesquisa permanente, constante, que visa contabilizar quantos expedicionários temos e convidá-los para solenidades, para poder prestar as homenagens — por exemplo, ano que vem nós faremos 80 anos do término da guerra”, explica o pesquisador.
“A atuação da FEB começa em Nápoles, em 1944, após o desembarque das tropas nesse porto. A FEB entra em linha meses depois, no contexto do vale do rio do Pó, “em que inicia batalhas importantíssimas para a história do nosso Exército e da atuação da FEB na Itália, como as batalhas de Monte Castello e Montese, e a rendição de Fornovo di Taro, onde uma divisão inteira de alemães se rende aos brasileiros.”
“Até hoje ela [a divisão] é muito festejada e comemorada pelos italianos, conhecida como Liberatori, que representa os libertadores da Itália. Temos eventos que acontecem na Itália e no Brasil, e podemos ouvir dos veteranos, dos nossos expedicionários vivos, a relação de amizade que foi criada com o povo italiano durante esse período.”
“A guerra, rapaz, é a coisa pior que tem, uma tristeza. Acho que o que falta é amar o seu próximo, como diz a palavra de Deus. Amar o teu próximo, entendeu? E a pessoa nunca pensar que é melhor do que ninguém. Ser humilde. Se você tem condições de ajudar alguém, você ajuda”, conclui o herói de guerra.

Fonte: sputniknewsbrasil