Na quarta-feira (14), o Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA avançou a Lei de Política de Taiwan de 2022, que, caso seja aprovada, poderá proporcionar à ilha US$ 4,5 bilhões (R$ 23,6 bilhões) em ajuda à segurança e uma garantia de empréstimo de US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bilhões) para a compra de equipamento militar. A legislação permite prestar assistência de segurança durante um período de quatro anos e designa Taiwan como “grande aliado não-OTAN”.
Anteriormente, o Pentágono informou que o Departamento de Estado dos EUA aprovou um possível acordo para vender armas a Taiwan no valor de cerca de US$ 1,1 bilhão (5,7 bilhões).
De acordo com os documentos do departamento, estamos falando do fornecimento de 60 mísseis antinavio AGM-84K Harpoon Block II por US$ 355 milhões (R$ 1,9 bilhões), 100 mísseis AR-AR AIM-9X Block II Sidewinder por US$ 85,6 milhões (R$ 449 milhões), bem como da prorrogação do contrato para estações de radar no valor de US$ 665,4 milhões (R$ 3,5 bilhões).
O representante oficial da Embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu, disse à Sputinik que Pequim tomará medidas retaliatórias “legais e necessárias” em resposta.
“Para proteger os interesses de soberania e segurança da China, o governo chinês decidiu impor sanções ao presidente e CEO da Raytheon Technologies e ao presidente e CEO da Boeing Defense”, disse o diplomata. Mao Ning ressaltou que a venda de armas dos EUA para Taiwan viola seriamente o princípio de “Uma Só China” e os três comunicados sino-americanos conjuntos.
A República Popular da China não reconhece a soberania de Taiwan, a considera como sua província e se opõe categoricamente a seus contatos com autoridades e militares de outros países.
A situação em torno de Taiwan se agravou após a visita da presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, no início de agosto. Em resposta a esta viagem, Pequim realizou exercícios militares em larga escala ao largo da costa da ilha, impôs sanções contra dois fundos taiwaneses, a própria Pelosi e seus parentes, e uma série de outras medidas foram tomadas por parte do governo chinês.
As relações oficiais entre o governo central da República Popular da China e sua província insular foram rompidos em 1949 depois que as forças do movimento Kuomintang da China (KMT) lideradas por Chiang Kai-shek foram derrotadas, obrigando o governo de Chiang e o que sobrou de suas tropas a se mudarem para Taiwan.
Os negócios e contatos informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final dos anos 1980. Desde o início dos anos 1990, ambas as partes mantiveram laços através de organizações não-governamentais.