O universo dos caminhões é completamente distinto dos carros de passeio. Enquanto estes são projetados para o conforto e a conveniência, nos caminhões tudo é maximizado para suportar o trabalho pesado do dia a dia do diesel. Além da robustez mecânica, os caminhões oferecem uma ampla gama de configurações para atender às necessidades específicas de cada setor, transportando mercadorias, materiais de construção e insumos industriais por todo o país ou além-fronteiras.
Se o primeiro caminhão do mundo foi o Daimler Motor Carriage de 1896, hoje em dia, os tipos de caminhões mais usados no Brasil são: 3/4 ou VUC (Veículo Urbano de Carga), Toco (ou caminhão Semipesado), Truck ou 6×2 (ou caminhão Pesado), Cavalo Mecânico (ou caminhão Extrapesado) e Cavalo Mecânico Trucado (ou LS) – do vocabulário sueco, sigla para Lastbil (caminhão) Stödaxel (eixo), difundida na época da instalação da Scania no Brasil, em julho de 1957. E além disso, você sabe o que é um caminhão Bitruck e como ele se diferencia dos demais?
O Bitruck, também chamado de Bidirecional, não é uma novidade, sendo o FNM D-11.000 V-17 o primeiro modelo de fábrica produzido no Brasil. Ele é uma variação do Truck normal, e o diferencial do Bitruck está nos dois eixos direcionais na parte dianteira, podendo ser original de fábrica ou adaptado. São oito pontos de contato com o piso e quatro eixos (dois na dianteira e dois na traseira), distribuindo melhor o peso da carga e reduzindo a força que aplica sobre o asfalto.
Esse sistema de direção único do caminhão Bitruck comanda os dois eixos frontais e apresenta uma diferença de esterçamento entre eles. O segundo eixo direcional vira menos do que o primeiro, sendo necessário para reduzir o desgaste dos pneus e contribuir para a diminuição do raio de giro do veículo.
O Peso Bruto Total (PBT), definido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) como o peso máximo que um veículo pode transmitir ao pavimento, é composto pela soma da Tara (T) mais a Lotação (L). Nos caminhões Bitruck é de 29 toneladas, respeitando as disposições do órgão.
Um Bitruck pode apresentar configurações 8×2 (os primeiros desenvolvidos na Europa nos anos 1900 por marcas, como Tatra e Mercedes-Benz), ou 8×4, sendo este geralmente empregado no fora de estrada.
Segundo a Resolução Nº 994 de 15/06/2023 do Contran, que estabelece os limites de peso e dimensões dos veículos que transitem por vias terrestres, o caminhão Bitruck, por não possuir articulação, exige a CNH de categoria C, além de ter um comprimento máximo de até 14 metros (praticamente quatro Renault Kwid perfilados um atrás do outro).
As carrocerias mais comuns nos caminhão Bitruck são do tipo caçamba graneleira, com teto aberto e paredes altas, permitindo levar uma grande quantidade de mercadorias, tais como cereais a granel, milho, soja, arroz, fertilizantes e adubo, por exemplo.
Outra é a carroceria de caçamba basculante, usada principalmente no transporte de entulhos, areia, terra e brita, possibilitando o escoamento livre por meio de uma saída articulada na parte traseira do compartimento. Além das opções graneleira e basculante, um caminhão Bitruck ainda pode ser equipado com a caçamba tanque para transportar diversos tipos de líquidos, incluindo combustíveis como etanol, gasolina e óleo diesel.
Os caminhões Bitruck se popularizaram em nosso mercado por serem compactos, leves e ágeis. Do lado negativo, eles não são articulados, oferecendo uma capacidade de manobra menor, dificultando a entrada em ruas estreitas ou de fazer curvas fechadas. Também joga contra o Bitruck a capacidade de carga limitada, possivelmente exigindo o uso repetido do mesmo caminhão para completar várias viagens e entregar a carga.
Embora o caminhão Bitruck não seja uma novidade, ele continua a comprovar as suas qualidades, mantendo-se como uma escolha a ser considerada no mercado de transporte de carga.
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Fonte: direitonews
