A Honda anunciou nesta sexta-feira (19) que vai investir R$ 4,2 bilhões no Brasil até 2030 e detalhou parte dos planos para os próximos anos. O principal deles é o lançamento de um motor híbrido flex, conforme antecipado por Autoesporte em março, e a produção nacional de um SUV compacto, ainda sem nome definido, mas que já sabemos que será a nova geração do WR-V, também noticiado por nós em janeiro.
Além da tecnologia híbrida flex e do novo WR-V, a Honda informou que parte do investimento será usado na ampliação da produção no Brasil. Atualmente, a marca tem uma fábrica de veículos em Itirapina e uma de peças em Sumaré, ambas no interior de São Paulo.
Outra medida anunciada pela marca japonesa é o aumento do número de funcionários, com previsão de contratação de 1.700 pessoas, além dos 3.500 colaboradores atuais.
O WR-V vai voltar ao Brasil, mas bem diferente do crossover derivado do Fit que não fez o sucesso esperado por aqui e saiu de linha em 2022. Agora, o modelo será um SUV compacto posicionado abaixo do HR-V, mas com porte semelhante. A base, por sua vez, é compartilhada com a família City.
Em dimensões, o novo Honda WR-V 2025 nacional deve ter 4,31 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,65 m de altura, 2,65 m de entre-eixos e generosos 458 litros de porta-malas. Como comparação, o HR-V mede 2 cm a mais em comprimento, mas é tão largo quanto e possui 6 cm a menos de altura e 4 cm a menos de entre-eixos.
Em termos visuais, se difere bastante do HR-V, uma vez que suas linhas são mais retas. Ainda assim, é possível identificar elementos comuns ao design atual da marca, como a grande barra cromada sobre a grade dianteira.
Para diferenciar carros de porte semelhante, o WR-V deverá ter acabamento mais simples e pacote de equipamentos mais modesto. Porém, caberá ao novo SUV estrear o motor 1.5 híbrido flex da Honda no Brasil.
Essa variante híbrida já vem sendo desenvolvida em conjunto com a filial da Tailândia, onde a marca japonesa comercializa versões eletrificadas de produtos da plataforma GSC – família City, HR-V e o próprio WR-V/Elevate. Por isso mesmo, após estrear no novo WR-V, esse motor será aplicado aos demais compactos nacionais da Honda (City e HR-V) até o fim da década.
O conjunto traz como base o motor 1.5 16V de quatro cilindros com injeção direta da família BS6, que já é flex no Brasil e usado pela dupla City e City Hatch, além das versões de entrada do HR-V. A diferença é que, na variante eletrificada, ele atua em ciclo Atkinson (tempo de expansão ampliado e o de compressão reduzido na câmara), a fim de melhorar a eficiência.
Aliado a um conjunto com dois motores elétricos, um gerador e outro de tração, o sistema é um híbrido pleno (HEV), sem recarga externa. Rende 131 cv de potência combinada, sendo 98 cv gerados pelo motor térmico e 109 cv pelo elétrico, e 25,8 kgfm de torque máximo, este vindo do motor elétrico.
Chamado e:HEV, o conjunto é similar ao dos importados Civic, Accord e CR-V, o que significa que não há caixa de câmbio. Os motores térmico e elétrico de tração se ligam diretamente ao diferencial através de um conjunto de engrenagens, com uma única relação de marcha mecânica para que o motor 1.5 tracione as rodas a velocidades mais altas, de cruzeiro.
A Honda é mais uma fabricante a anunciar investimentos no Brasil nos últimos meses. Desde janeiro, outras sete marcas já prometeram investir na indústria automotiva nacional, em um montante que agora supera os R$ 76 bilhões. São elas:
Os investimentos em São Paulo também chamam atenção. Desde o início do ano, quatro marcas já anunciaram aportes para a ampliação de linhas de montagens e o desenvolvimento de novos carros. A primeira foi a General Motors, que em janeiro anunciou o aporte de R$ 7 bilhões para modernizar sua linha de veículos até 2028, incluindo as fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos.
Em fevereiro, a Volkswagen aportou R$ 9 bilhões que serão distribuídos em todas as fábricas do país, incluindo as dos municípios de São Bernardo do Campo e Taubaté. No mesmo mês, a Hyundai anunciou R$ 5,5 bilhões no Brasil. A empresa mantém uma fábrica em Piracicaba (SP).
Por fim, em março, foi a vez da Toyota anunciar o investimento de R$ 11 bilhões para a produção de um novo SUV e a ampliação de suas fábricas em Porto Feliz e Sorocaba.
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Fonte: direitonews