Promotores são instados a investigar crimes do Exército francês em operação secreta no Egito


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Diversas ONGs, como a Egyptians Abroad for Democracy e a Codepink, pediram às autoridades francesas que seja aberta uma investigação contra o Exército da França para apurar supostos crimes contra a humanidade cometidos durante uma operação militar no Egito.
Documentos apresentados pelas entidades atestam que oficiais franceses agiram para facilitar ataques aéreos e bombardeios egípcios durante a Operação Sirli, na fronteira entre Egito e Líbia.
As ONGs alegam que o propósito original da missão, de combater o terrorismo, foi subvertido pelos militares egípcios para eliminar veículos contendo nada mais do que contrabando. Estima-se que dezenas tenham sido mortos e feridos.
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A queixa foi apresentada à Procuradoria Nacional Antiterrorista francesa, segundo apuração do jornal The Guardian.
As ONGs querem que o Judiciário francês investigue a cumplicidade das autoridades francesas no cometimento de crimes contra civis, prestando assistência às autoridades egípcias por meio de informações, vigilância aérea e inteligência.
As entidades afirmam que é preciso ficar claro “que o Egito não estava usando as informações para contra-ataque e combate ao terrorismo, mas sim para bombardear supostos traficantes de drogas e contrabando.
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A Operação Sirli foi uma missão de inteligência, inicialmente secreta, lançada pela França em fevereiro de 2016 para proteger a fronteira de 1,2 mil km do Egito com a Líbia e evitar qualquer ameaça terrorista.
De acordo com documentos de defesa confidenciais que a inteligência militar francesa vazou em 2021, as forças egípcias mudaram a missão original para que centenas de veículos fossem alvo de ataques aéreos, causando inúmeras mortes e ferimentos.
Os documentos mostram que soldados franceses enviados ao Egito entre 2016 e 2019 alertaram seus superiores, em quatro ocasiões diferentes, na inteligência militar sobre a preocupação com os ataques aéreos contra civis acusados ​​de contrabando de drogas.
A investigação interna aberta pelo Ministério da Defesa da França não condenou nenhum militar e tampouco ofereceu indenizações aos mortos.
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