Per Hogselius, professor do Instituto Real de Tecnologia, em Estocolmo, avisou que o ingresso na aliança militar liderada pelos EUA significará uma “grande mudança” para as exportações do país.
“A indústria sueca frequentemente beneficiou do fato de a Suécia ter uma imagem no estrangeiro de um país pequeno e inofensivo, com boas relações com praticamente todos os outros países”, disse o professor ao veículo.
De acordo com ele, essa imagem pode mudar assim que a Suécia se torne membro da OTAN, implicando riscos à economia do país.
“A Suécia é extremamente sensível aos acontecimentos no mundo exterior, e muito mais hoje do que nos anos 1970”, concluiu Per Hogselius.
As principais exportações suecas incluem máquinas e equipamentos de transporte, produtos químicos, alimentos, vestuário e outros têxteis, ferragens e produtos de madeira. A Suécia importa principalmente máquinas, petróleo e produtos derivados, produtos químicos, veículos a motor, ferro e aço.
A Suécia e a vizinha Finlândia decidiram pedir a adesão à OTAN em maio, após a escalada da crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente devido ao conflito na Ucrânia. Ao fazê-lo, ambas as nações nórdicas abandonaram suas políticas de não-alinhamento que defendiam há décadas.
A Rússia, como vizinha da Suécia, expressou descontentamento com a expansão do bloco militar, alertando Estocolmo sobre as repercussões. Entre outras medidas, a Rússia prometeu responder se contingentes militares da OTAN forem implantados na Suécia e na Finlândia.
Agora, todos os principais partidos da Suécia são a favor da adesão à OTAN, com apenas os Verdes mantendo uma oposição de princípios e a esquerda pedindo um referendo sobre o assunto. A maioria dos suecos também apoia a adesão à Aliança Atlântica, com 58% da população apoiando o passo, conforme os dados de uma pesquisa de agosto.