A Assembleia Nacional da Nicarágua aprovou nesta
segunda-feira (8) em regime de urgência um projeto de lei para designar abril
como “Mês da Paz” no país.
Neste mês, em 2018, foram realizados grandes protestos
contra o ditador Daniel Ortega. A ditadura sandinista e civis armados a serviço
do regime responderam com enorme violência e mais de 300 manifestantes foram mortos,
segundo organizações internacionais de direitos humanos.
De acordo com informações do jornal La Prensa, todos os 89
deputados presentes votaram a favor do projeto. Os parlamentares aproveitaram a
votação para negar a repressão violenta há seis anos e atacar os manifestantes
que pediam democracia na Nicarágua.
O deputado sandinista Filiberto Rodríguez, acusado de ter
participado da repressão na cidade de León em 2018, chamou os opositores de “maus
filhos da pátria” e “entreguistas” e culpou os Estados Unidos pelos protestos.
Outro parlamentar, Carlos Emílio López, defendeu Ortega e a
vice-presidente e primeira-dama Rosario Murillo.
“Quiseram destruir nosso presidente, o comandante Daniel, a
companheira Rosario, como autoridades eleitas democraticamente com amplas
maiorias, mas não conseguiram e não conseguirão”, discursou.
Ortega foi “eleito” em 2021 para o seu quinto mandato presidencial (o quarto consecutivo) na Nicarágua, num processo marcado por prisão e perseguição de opositores e falta de transparência.
Fonte: gazetadopovo