Conteúdo/ODOC – O procurador de Justiça Gerson Barbosa, do Ministério Público de Mato Grosso, emitiu parecer contra o habeas corpus que pede a soltura do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, réu confesso do assassinato da ex-companheira, Thays Machado, e do namorado dela, William Cesar Moreno.
O crime aconteceu no dia 18 de janeiro do ano passado, quando Thais e William saíam do apartamento da mãe dela, no Bairro Consil, em Cuiabá.
O habeas corpus será analisado pelo desembargador Marcos Regenold Fernandes, do Tribunal de Justiça do Estado. Nele, a defesa do empresário, que é filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra, alega “constrangimento ilegal” na decisão que determinou seu retorno à prisão, em fevereiro deste ano, por descumprimento reiterado do recolhimento domiciliar.
Segundo a defesa, “ os descumprimentos constatados por meio do monitoramento eletrônico se confundem com falhas técnicas da própria tornozeleira eletrônica, caracterizados pela apresentação de ‘pontos soltos’ no mapa de monitoramento, com trajetos retilíneos que até mesmo atravessam os imóveis e edifícios contíguos ao domicílio do paciente”.
Argumenta ainda que “as considerações médicas apresentadas são unânimes no sentido de que as condições de saúde do Paciente permanecem sensíveis”.
No parecer, o procurador afirmou que a decisão que decretou a nova prisão preventiva não se baseou nos pontos que, em tese, seriam duvidosos, mas sim em dados concretos, inclusive, apresentados pelos próprios advogados ao justificarem as saídas do réu. “Vê-se, portanto, que o comportamento do paciente demonstra descaso para com a justiça e falta de compromisso com a benesse concedida, além de indicar que sua soltura constitui efetivo risco à sociedade, o que não é surpresa, diante da acentuada gravidade das condutas por ele perpetradas, das circunstâncias que permearam os crimes e do clamor público gerado”, afirmou.
Já em relação à saúde do empresário, o procurador ressaltou que o estabelecimento prisional possui condições para atender as necessidades médicas dele. “De fato, não se entende por qual razão o tratamento para com o réu Carlos Alberto Gomes Bezerra deveria ser diferente dos demais detentos, uma vez que, além de não comprovar a extrema debilidade de sua saúde, o fato de o paciente tratar-se de pessoa abastada, filho de político com extensa carreira no Estado de Mato Grosso, não anula os crimes por ele praticados”, concluiu.
Fonte: odocumento