Não é o marco que Alberto Fernández gostaria de comemorar em seus 1001 dias de governo, mas é o que é vivido na rua e enfrentado pelos argentinos. O aumento da inflação em agosto refletiu uma variação de 7% e acumulou até agora neste ano um avanço de 56,4%, número que já bateu o recorde estabelecido por Mauricio Macri em 2019 (53,8%), o maior salto de preços em mais de quase 30 anos, ou seja, o registrado após a hiperinflação (1991).
O valor mensal de agosto foi o maior desde abril de 2002 (10,4%). O aumento nos últimos doze meses foi de 78,5%, o pior desde dezembro de 1991 (84%). O núcleo de inflação – que elimina os preços monitorados e sazonais – atingiu 6,8% no mês.O capítulo de Alimentos e Bebidas -o que mais pesa no IPC do Indec- registrou alta de 7,1%. Analistas acreditam que os preços mantenham forte ritmo de crescimento neste mês, principalmente alimentos, e estimam que a inflação oficialfechará o ano com um número que quase inevitavelmente será de três dígitos.
Os itens com maior alta no mês passado foram vestuário e calçados, com 9,9% ; Bens e serviços diversos, 8,7%; e Equipamentos e manutenção domiciliar, 8,4%, sendo esta última parcela afetada pelo aumento salarial dos trabalhadores em domicílios particulares.
Durante o mês de agosto, destacou-se também o aumento da participação dos medicamentos pré-pagos, que afetou a divisão de Saúde, que terminou com um aumento de 5,7%.