Os confrontos ocorreram na província de Al-Dhale, no centro do Iêmen, disse uma fonte militar iemenita à Sputnik, que adiantou que três membros das forças conjuntas e oito houthis foram mortos e 13 pessoas de ambos os lados ficaram feridas.
Os combates eclodiram entre as partes na última segunda-feira (25) nas regiões de Habil Naji e Shaab Ahmed, no oeste da província de Al-Dhale, que liga o norte e o sul do Iêmen, quando três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas.
O conflito na província de Al-Dhale agravou-se poucos dias depois que o enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, apelou em sessão do Conselho de Segurança da ONU, em 14 de março, para que as partes envolvidas no conflito no Iêmen contribuíssem para a redução da escalada da violência no país.
Conflito já dura uma década
O conflito entre as forças do governo iemenita e os houthis está em curso desde 2014, diante da repressão do governo central contra a minoria xiita.
O grupo dos houthis de minoria xiita ganhou força na região norte do país, apoiado pelo Irã, e a partir de 2014, conseguiram ocupar mais de um terço do território, inclusive a capital, Sanaa.
Já do outro lado, o Conselho de Liderança Presidencial, liderado por Rashad al-Alimi, tem o apoio de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos.
Segundo a ONU, o conflito no Iêmen já custou a vida de mais de 370 mil pessoas e causou prejuízos de US$126 bilhões à economia do país. O conflito também deixou cerca de 80% da população iemenita necessitada de ajuda humanitária em um país com cerca de 33 milhões de habitantes e mais de 64 milhões de armas, duas para cada habitante — o segundo maior índice do mundo.
Em abril de 2022, foi declarado um cessar-fogo de dois meses no Iêmen, com intermediação das Nações Unidas. A trégua foi prolongada até 2 de outubro, quando a ONU anunciou que o governo iemenita e os houthis não haviam chegado a um acordo.
Ataque a navios em prol da população palestina
Apesar do conflito, o país tem uma posição estratégica, no extremo da península da Arábia, que concentra 12% das rotas do comércio mundial de combustível, petróleo, gás e outras commodities cruciais, entre o mar Vermelho e o golfo de Áden.
O estreito do Iêmen, Bab al-Mandab, reduz em até seis dias o transporte marítimo para a Europa e os Estados Unidos e a logística tem gerado preocupação em todo o mundo nos últimos meses: por conta da guerra promovida por Israel contra os palestinos em Gaza, o grupo houthi passou a atacar navios ligados a Tel Aviv e aliados que usam a região para chegar ao canal de Suez, no Egito.
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Fonte: sputniknewsbrasil