Após mais de uma década de incansáveis mobilizações sociais e resistência, as entidades locais, chacareiros, pescadores e produtores rurais finalmente conseguiram um feito significativo: a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA) encerrou o processo de licenciamento ambiental da UHE Castanheira nesta segunda-feira (18).
Esta decisão marca o término de uma batalha prolongada que envolveu uma série de esforços coordenados para proteger o meio ambiente e os interesses das comunidades locais.
Desde 2012, quando o processo de licenciamento teve início, essas comunidades enfrentaram uma montanha de desafios, preocupadas com os graves danos que a instalação da usina hidrelétrica poderia causar.
A resistência persistente desses grupos foi notável, destacando-se pelo empenho em garantir que suas vozes fossem ouvidas e seus direitos protegidos.
Os esforços conjuntos dessas entidades foram cruciais para pressionar as autoridades a reconsiderarem o licenciamento da UHE Castanheira. Ao longo dos anos, eles enfrentaram obstáculos significativos, desde lacunas nos estudos ambientais até a falta de diálogo efetivo com as comunidades afetadas. No entanto, sua determinação perseverante finalmente prevaleceu.
Liliane Xavier, da Rede Juruena Vivo, expressou a satisfação pela decisão da SEMA, ressaltando a importância de as autoridades levarem em consideração as preocupações das comunidades locais. Ela enfatizou que esta vitória representa não apenas um triunfo para aqueles diretamente envolvidos na luta, mas também um exemplo inspirador de como a mobilização comunitária pode influenciar decisões importantes.
Além disso, Dilma Maria Mani, da Terra Indígena (TI) Apiaká-Kayabi, destacou o papel crucial das mulheres na defesa de suas terras e modos de vida tradicionais, reiterando a importância da união e coragem para enfrentar os desafios impostos pelo empreendimento.
Os impactos potenciais da UHE Castanheira teriam sido devastadores não apenas para o meio ambiente, mas também para a economia local e o bem-estar das comunidades indígenas e rurais. O cancelamento do projeto representa uma vitória significativa para todos os envolvidos, garantindo a preservação dos recursos naturais e o sustento das populações locais.
No entanto, apesar dessa importante conquista, é crucial que essas comunidades permaneçam vigilantes e unidas para garantir que a UHE Castanheira seja removida completamente dos planos de desenvolvimento do governo federal.
Como destacado por Jefferson Nascimento, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), a luta ainda não acabou, e é essencial continuar pressionando por medidas que protejam verdadeiramente os interesses das comunidades locais.
Portanto, esta vitória é um testemunho do poder da mobilização comunitária e do compromisso incansável em defender o meio ambiente e os direitos das populações locais. (Com conteúdo da assessoria)
Fonte: abroncapopular