🇫🇷 Por que o presidente Macron optou por enviar homens nesse momento em que o presidente Putin falava que a França poderia desempenhar um papel na resolução pacífica do conflito? Essas e outras perguntas são respondidas no programa de hoje. Não deixe de ouvir o episódio inédito! pic.twitter.com/S0weiP6sv7
— Mundioka (@mundioka) March 21, 2024
“A parte da inteligência do governo Macron tem um certo rancor da Federação da Rússia pelo fato de ter perdido significativa influência na África francófona, notadamente no Sahel. E isso foi algo muito impactante em termos geopolíticos, diminuindo a influência da França”, acrescenta.
🇫🇷 A possibilidade de envio das tropas francesas à Ucrânia pode escalar o conflito a algo ainda não visto? Lucas Mendes, criador do @GeopoliticaHoj, nos explica se isso é possível. Não deixe de conferir o episódio de hoje sobre o tema. pic.twitter.com/R9Hwciw4f3
— Mundioka (@mundioka) March 21, 2024
“Recentemente, no Carcóvia Palace Hotel, dezenas de oficiais francesas morreram, semanas atrás, em Odessa. Diversos oficiais e militares ocidentais, entre os quais franceses, também foram mortos em bombardeios. Isso tem criado uma certa repercussão negativa em parcelas das sociedades ocidentais, como a França, sobre a morte dessas pessoas, além de ficar em um limbo jurídico para as indenizações de seus dependentes e pensões. Isso tem gerado críticas na imprensa local, e, portanto, essa formalização também é uma forma de evitar crises internas”, afirma.
Macron e França: muita retórica e pouca ação?
“Basta falar que a França produz 100 projéteis de artilharia por dia, tem um inventário limitado do Leclerc, o seu principal tanque de batalha. Ainda possui, logicamente, uma força aérea muito significativa em tecnologia, mas está voltada para aspectos defensivos próprios. E embora ela tenha brigadas bem-treinadas, têm limitação significativa em capacidade expedicionária. Então o foco é justamente político, como forma de gerar uma afirmação do governo Macron de liderança militar na União Europeia diante desse vácuo e também da perspectiva de uma vitória de Trump nos Estados Unidos, que vai prejudicar consideravelmente a tendência de manter os pacotes bilionários de ajuda à Ucrânia”, argumenta o especialista.
OTAN promove verdadeiro ‘teatro’ para operar na Ucrânia
“Então nada mais é do que legalizar e formalizar [as operações], diante de perdas sistemáticas que os militares ocidentais têm sofrido por diferentes bombardeios seletivos empenhados pela Federação da Rússia. Eu creio que a OTAN vai procurar evitar escalada, não permitindo engajamento direto na linha de frente dos militares da OTAN [mesmo com a posição francesa]. Entretanto, é natural que ocorra, sim, uma escalada, e certamente que, na defesa da sua existência e dos seus interesses nacionais, a Federação da Rússia vai, no caso, considerar alvos legítimos essas unidades militares ocidentais, tal como já tem feito”, pontua.
Escalada das tensões na Ucrânia pode levar a China ao conflito?
“Caso a Rússia não existisse, nós teríamos apenas um país, os Estados Unidos, que deteria entre 6 mil e 8 mil ogivas nucleares ativas, enquanto outros países aliados têm algumas centenas. A própria China tem quatro centenas de ogivas atômicas, o que é um desbalanço muito grande. Não existe outro país que tenha condição de se contrapor, do ponto de vista da dissuasão, de evitar de fato uma Terceira Guerra Mundial como a Rússia. Isso por conta do seu arsenal nuclear, que é ainda maior que o americano e mais moderno”, conclui.
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Fonte: sputniknewsbrasil