Dezessete micos-leões-dourados e 12 araras-azuis-de-lear desembarcaram no Brasil nesta segunda-feira (26/2), após missão de repatriação realizada pelo Ibama e pela Polícia Federal (PF) com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Os animais foram apreendidos no Togo em embarcação que saiu do Brasil rumo ao Benin.
A aeronave com as espécies pousou no Recife (PE) no sábado (24/2) para iniciar a repatriação. O voo foi para o Rio de Janeiro (RJ), destino dos micos-leões-dourados, nesta segunda-feira. Depois seguiu para São Paulo (SP), onde desembarcaram as araras-azuis-de-lear.
Os animais foram encaminhados para instituições especializadas, e passarão por avaliação sanitária, exames e reabilitação. A operação teve apoio do ICMBio e dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e dos Portos e Aeroportos, que trabalhou para que o Ibama não precisasse pagar pela estadia dos animais no Recife.
Os animais foram localizados no dia 13 de fevereiro em Lomé, capital do Togo, em veleiro de bandeira brasileira que foi abordado por policiais locais após apresentar problemas. Quatro homens foram presos em flagrante: um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês.
Micos-leões-dourados e araras-azuis-de-lear são espécies protegidas pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites). O Togo é signatário do acordo, o que permitiu a prisão em flagrante. O tráfico dos animais está sob investigação.
O Ibama enviou ao país africano em 18 de fevereiro a veterinária Juliana Junqueira e o analista ambiental João Pedro Guerra, com objetivo de garantir a saúde e o bem-estar dos animais. Na bagagem, os servidores levaram 30kg de rações, sementes e medicamentos.
As araras estavam estressadas, mas com boa saúde. Já os micos estavam cobertos de óleo, desnutridos, gripados, com sarna e outras doenças de pele. Três primatas foram encontrados mortos na embarcação. Outros seis foram encontrados em estado grave.
Os animais foram levados para a casa do embaixador do Brasil no Togo, Nei Futuro Bitencourt, onde os servidores do Ibama improvisaram uma UTI veterinária. Os micos precisaram ser alimentados a cada duas horas devido à desnutrição.
Um avião da PF decolou do Brasil no dia 22 de fevereiro com equipe para auxiliar na recuperação e na repatriação dos animais. A aeronave levou mais dois servidores do Ibama — a veterinária Marília Nogueira da Gama e o analista ambiental Jailton Dias —, que reforçaram a missão.
“A nossa maior preocupação era correr contra o tempo para salvar as aves e os micos brasileiros”, declarou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. “O manejo e o cuidado veterinário que chegaram a tempo salvou todos. Os micos estavam muito doentes, e todos voltaram para o Brasil.”
O Ibama, afirmou Agostinho, tem experiência no tratamento de animais em seus Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas).
A repatriação é o processo de devolução dos animais ao país nativo. Após a quarentena e a reabilitação, haverá avaliação para determinar se as araras-azuis-de-lear e micos-leões-dourados poderão ser devolvidos à natureza.
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Fonte: gov.br