Em fevereiro de 2019, chegava ao mercado o Volkswagen T-Cross, primeiro SUV nacional da marca. A VW demorou para colocar o utilitário compacto nas ruas brasileiras. A popularidade (e os produtos) do segmento já estavam pujantes. Mas, como diz o ditado, os últimos serão os primeiros e o T-Cross caiu nas graças de quem procura por este tipo de veículo: foi o mais vendido em 2020 e também no ano passado — atingindo o melhor volume com mais de 70 mil emplacamentos.
Com exceção do ano de estreia, os resultados falam por si só: SUV mais vendido em 2020 (60.119 unidades), 4º lugar em 2021(com mais vendas que o ano anterior: 62.307 unidades), vice-campeão em 2022 (65.341 unidades) e liderança em 2023 (com 72.440 unidades vendidas). Ou seja, além de ser bom de briga, seus números só cresceram com o passar dos anos.
Aliás, quando o “irmão” Nivus chegava às concessionárias, em meados de 2020, muitos questionavam se o rendimento do T-Cross nas lojas não seria dividido com o então lançamento. De certa forma, isso até acabou ocorrendo, mas como os números bem mostram, manteve-se longe de ter sido o bastante sequer para fazer cócegas. Será que 2024 manterá o nível? A ver, pois está em 12º até o fim de janeiro, com 3.358 unidades.
Alguns pontos em especial foram importantes para que a procura pelo SUV se mantivesse. Talvez a maior delas tenha sido a chegada da multimídia VW Play, fato que ocorreu na linha 2021, depois de ter sido inaugurada no Nivus.
Além de melhorias na interface, a tecnologia VW Play, desenvolvida no país, aumentou a oferta de recursos para o usuário. Dentre outros itens, passou a dispor de conexão de internet via smartphone do motorista, permitindo o usuário baixar na própria central diversos aplicativos, como iFood, Estapar, Porto Seguro, Waze, Ubook, entre outros, a partir da loja virtual VW Play Apps.
Junto do sistema multimídia, o modelo trouxe alguns recursos de segurança: frenagem pós colisão, monitoramento dos pneus e regulagem de altura do facho dos faróis de série. Infelizmente, a VW anunciou, em 2022, que a linha 2023 deixaria de oferecer o item para as versões intermediárias, decorrente dos reflexos causados pela crise dos semicondutores – o qual foi desencadeado pelas paralisações durante a pandemia do coronavírus.
Por outro lado, muitos também reclamam de graves falhas de funcionamento quando abastecem, sem querer, com combustíveis adulterados. Isso se deve principalmente ao fato de que o motor TSi trabalha com sensores sensíveis a variações de combustíveis e bicos de injeção direta, que funcionam em alta pressão e são famosos por não evitarem a famosa carbonização. Quando vira caso de manutenção, a conta costuma ficar relativamente cara.
Além disso, comparado aos rivais, o SUV da Volkswagen sempre foi alvo de críticas com relação aos níveis de acabamento. Ainda que isso não seja muito levado em conta por aqueles que já têm um T-Cross na garagem, o excesso de plásticos e a falta de materiais sensíveis ao toque salta aos olhos dos novos compradores.
Somadas as vendas, do seu lançamento até o final do mês passado, já são mais de 300 mil carros. Isso apenas no Brasil, pois também é exportado de sua fábrica em São José dos Pinhais (PR) para mais de 20 países, incluindo alguns da África. Como o T-Cross teve sua origem em uma plataforma global, consegue atender a requisitos de vários mercados, ainda que precise de versões e equipamentos diferentes daqueles do mercado nacional.
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Para que o legado possa continuar, a nova geração, no modelo 2025, começará a ser fabricada em abril deste ano, conforme apurado pela Autoesporte. Com lançamento programado para o segundo semestre, terá retoques no visual externo e nos acabamentos para ficar mais parecido com o Taos, mas deverá manter os motores da linha atual.
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Vai manter o design da grade frontal, mas terá um filete de LED interligando os faróis. Atualmente, as luzes de neblina atuais são arredondadas, mas a reestilização apostará em um design triangular. No geral, seguirá os mesmos passos do modelo novo europeu.
Como se não bastasse, o registro de patentes no Brasil sinaliza que terá novo para-choque, com formato mais robusto e aventureiro. É possível que o bloco que interliga as lanternas traseiras tenha uma inédita iluminação de LED no lugar da fita reflexiva. Entretanto, no interior, deverá manter a VW Play de forma integrada ao painel — ao invés de adotar a multimídia europeia, que tem bordas flutuantes.
O quadro de instrumentos digital Active Info Display, de 10,25 polegadas, por sua vez, deve ser mantido nas versões mais caras do SUV. Enquanto isso, as mais acessíveis usarão o cluster digital de 8″ presente em outros modelos da Volkswagen vendidos no país, presentes desde o Polo até o Taos.
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Fonte: direitonews