Os dados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM).
A taxa de eficácia é similar à encontrada nos ensaios clínicos da Qdenga (80,2%), vacina contra a dengue do laboratório japonês Takeda, que será disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda neste ano, em duas doses.
Diferentemente, a vacina brasileira, prevista para 2025, será administrada em dose única.
O estudo, que acompanhou mais de 16 mil indivíduos em todo o Brasil ao longo de três anos, demonstrou que a eficácia para combater a infecção apresentou números positivos tanto em pessoas com exposição prévia à dengue (89,2%) quanto naquelas que nunca tiveram contato com o vírus (73,6%).
A vacina, denominada Butantan-DV, também mostrou alta eficácia na redução do risco de contrair dengue sintomática causada pelos sorotipos 1 e 2 da doença. O imunizante é projetado para proteger dos quatro tipos diferentes do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Durante o estudo, apenas os tipos 1 e 2 estavam em circulação no país, e a eficácia observada para prevenir a infecção por esses vírus foi de 89,5% e 69,6%, respectivamente.
A vacina também demonstrou eficácia de 80,1% entre crianças de 2 a 6 anos, 77,8% entre jovens de 7 a 17 anos e até mesmo 90% entre adultos de 18 a 59 anos.
O Instituto Butantan desenvolveu a vacina em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIH). O estudo avançou para a fase 3 em 2016, com a previsão de conclusão de cinco anos de acompanhamento para todos os participantes ainda neste ano.
O imunizante, que é tetravalente, é projetado para proteger pessoas com ou sem contato prévio com o vírus, apresentando alta imunogenicidade, ou seja, a capacidade de gerar uma resposta imune.
A vacina, produzida com os quatro tipos do vírus da dengue atenuados, está prevista para estar disponível em setembro, conforme afirmou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Após a conclusão do estudo de fase III, os resultados serão submetidos à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fonte: sputniknewsbrasil