Essa situação, agravada por mortes violentas em massa e pelo êxodo de milhões de refugiados, coloca em xeque a sobrevivência do país como nação, alerta o jornal britânico The Times.
Ella Libanova, diretora do Instituto de Demografia e Estudos Sociais da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia, informou à imprensa que a expectativa de vida masculina diminuiu de 66 a 67 anos para 57 a 58 anos em decorrência do conflito, de acordo com estimativas de especialistas.
O veículo de comunicação britânico destaca que apenas Chade (54), Nigéria (54), Lesoto (55) e República Centro-Africana (55) apresentam expectativas de vida mais baixas do que a Ucrânia. O veículo enfatiza que as perspectivas demográficas para o país são sombrias.
O jornal relata que uma equipe de 12 acadêmicos especializados em demografia calculou o impacto das baixas militares na sociedade ucraniana, utilizando diversas fontes, embora esses números não sejam divulgados pelo governo.
Ella Libanova explicou que a informação está vazando, e a idade das pessoas mortas é conhecida. Eles consideraram a experiência da Guerra dos Balcãs, analisaram dados anteriores e utilizaram todas as fontes disponíveis para estimar a situação atual.
A Ucrânia já enfrentava uma crise demográfica antes do conflito, com uma taxa de natalidade de 1,16 e uma pequena proporção da população entre 20 e 40 anos, o mesmo segmento com maior probabilidade de morrer em combate.
Fontes militares norte-americanas, citadas pelo jornal, estimam que o número de mortos no conflito ucraniano esteja entre 70 mil e 100 mil.
A crise atingiu um ponto tão crítico que os ministros ucranianos tiveram que desenvolver uma estratégia de repovoamento para 2040, revelou Libanova, embora ainda faltem planos concretos para reverter essa tendência.
“Há objetivos estratégicos: aumentar a natalidade, eliminar a mortalidade prematura, promover o crescimento migratório e adaptar a sociedade ao envelhecimento da população”, afirmou a especialista ao The Times.
Fonte: sputniknewsbrasil