Blinken expressa preocupação com acordo nuclear com Irã e afirma que ‘é claramente um retrocesso’


O Irã deu “um passo atrás” nas negociações para reviver o acordo nuclear de 2015, tornando “improvável” um acordo de curto prazo sobre o assunto, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na segunda-feira (12).
“O que vimos na última semana na resposta do Irã à proposta apresentada pela União Europeia [UE] é claramente um retrocesso e torna as perspectivas de um acordo no curto prazo, eu diria, improváveis”, disse Blinken em coletiva de imprensa na Cidade do México, onde conversou com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.
De acordo com Blinken, o Irã não está disposto ou é incapaz de “fazer o que é necessário” para chegar a um acordo porque Teerã quer “introduzir questões estranhas que tornam um acordo menos provável”.
O principal diplomata dos EUA se referia ao texto “final” da declaração para reativar o acordo, proposto pela UE no dia 8 de agosto deste ano. Desde então, EUA e Irã trocaram respostas sobre o assunto várias vezes. No entanto, um porta-voz do Departamento de Estado descreveu a última resposta do Irã, apresentada no início deste mês, como “não construtiva”.
Segundo a CNN, o Irã dobrou sua exigência de que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) abandonasse sua investigação sobre vestígios de urânio não declarados encontrados em locais iranianos, dizendo que seria uma pré-condição para retornar ao acordo. Os EUA e a UE argumentaram repetidamente que não poderiam negociar em nome da AIEA, insistindo que era uma questão separada não relacionada ao acordo nuclear.
Manifestantes iranianos queimam bandeiras dos EUA durante protesto em frente a antiga embaixada dos Estados Unidos em resposta à decisão de Donald Trump, então presidente dos EUA, de desistir do acordo nuclear e renovar sanções a Teerã - Sputnik Brasil, 1920, 12.09.2022

No final de agosto, o Departamento de Estado dos EUA expressou otimismo em relação às perspectivas de um novo acordo, dizendo que estava “encorajado pelo fato de que o Irã parece ter desistido de algumas de suas demandas não iniciais”, incluindo a remoção do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, um ramo influente das Forças Armadas iranianas, da lista de Organizações Terroristas Estrangeiras dos EUA.
O acordo nuclear inicial assinado em 2015 pelo Irã, EUA, Reino Unido, França e Alemanha – bem como Rússia, China e UE – viu Teerã concordar com certas restrições à sua indústria nuclear em troca do alívio das sanções econômicas e outros incentivos.
Em 2018, o acordo, no entanto, foi torpedeado pelos EUA sob o então presidente Donald Trump, que se retirou unilateralmente da iniciativa, dizendo que era fundamentalmente falho.
Como resultado, o Irã começou a reduzir gradualmente alguns de seus compromissos sob o acordo, como o nível de urânio enriquecido que produz, o que poderia permitir que Teerã construísse uma bomba atômica. De acordo com as autoridades iranianas, no entanto, isso “não está na agenda“.
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