Os importadores russos de produtos eletrônicos abandonaram quase completamente o dólar americano e o euro em acordos com fornecedores e distribuidores estrangeiros, informou o Izvestia nesta segunda-feira (15), citando uma fonte da indústria.
Um gerente de um dos fabricantes de eletrônicos do país disse à mídia que quase todas as compras em 2023 foram pagas com yuans chineses e rúpias indianas, bem como com moedas nacionais de outros países em desenvolvimento.
Uma fonte, que pediu para não ser identificada, disse ao jornal russo que substituir dólares por outras moedas oferece uma série de vantagens.
“Atualmente, em 99% dos casos usamos rublos, yuans, dirhams [dos Emirados Árabes Unidos], wones [sul-coreanos], dongs [vietnamitas]”, disse o representante da indústria, acrescentando que tais acordos “não apresentam riscos de rastreabilidade dos envios, garantem a circulação rápida da moeda, tornam possível reduzir o número de intermediários durante as entregas e excluem a participação de bancos correspondentes de países hostis.”
Outra fonte próxima à indústria disse que no final de 2023 várias instituições financeiras na Rússia chegaram a se oferecer para intermediar transações em criptomoedas em negócios com fornecedores estrangeiros.
A escolha por evitar o dólar americano e o euro por parte dos compradores de equipamentos é óbvia, de acordo com Eldar Murtazin, analista líder do Mobile Research Group, que explicou que as moedas ocidentais são agora difíceis de comprar em quantidades suficientes na Rússia e muito difíceis de transferir para qualquer pessoa no exterior devido às sanções.
O analista observou que o custo das compras não aumentou quando os importadores russos mudaram as moedas de liquidação, acrescentando que essa escolha até gera uma poupança modesta de 1% quando os negócios são feitos em yuans.
Além disso, a moeda da China pode ser facilmente trocada, transferida ou convertida em dólares fora da Rússia, o que permite aos participantes no mercado evitar a escassez e falhas na logística ou nos sistemas de pagamento.
Fonte: sputniknewsbrasil