DA REDAÇÃO
Dedicada a despertar a população sobre importância dos cuidados com a saúde mental e emocional, a campanha Janeiro Branco surgiu no país em 2014 idealizada por um psicólogo da cidade mineira de Uberlândia. O mês e a cor branca, que caracterizam a campanha, foram escolhidos por simbolizarem o início de um ciclo, um momento do ano em que muitas pessoas ficam mais propensas a pensar em suas vidas e como numa folha em branco, redefinir suas metas e caminhos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) define saúde mental como “um estado de bem-estar em que o indivíduo realiza suas capacidades, supera o estresse normal da vida, trabalha de forma produtiva e frutífera e contribui de alguma forma para sua comunidade”.
Ano passado, quase 10 anos depois, o Janeiro Branco foi oficializado no Brasil por meio da Lei federal nº 14.556/2023, que determina a realização de ações pela promoção de hábitos e ambientes saudáveis, com enfoque especial à prevenção da dependência química e do suicídio. No país, a Politica Nacional de Saúde Mental é definida pela Lei nº 10.2016/2001, que reúne as diretrizes para proteção e direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial, baseado na desinsititucionalização, o cuidado em liberdade e os direitos humanos. Dentro do SUS (Sistema Único de Saúde), a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) é a estrutura voltada ao tema.
Dados mundiais
Ainda que hajam esforços de todos os governos, é preciso avançar nas políticas de saúde mental em todo o mundo. Um dos últimos informes da OMS, lançado em junho de 2022 com o objetivo de transformar essa realidade, traz dados preocupantes. De acordo com o documento “Informe Mundial de Saúde Mental – Transformar a Saúde Mental para Todos”, em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental.
O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis. Além disso, segundo o informe, a pandemia também gerou um grande impacto nos casos de depressão e ansiedade, com um aumento de 25% somente no primeiro ano.
Janeiro Branco no calendário municipal e assistência
Aqui em São Paulo, a campanha Janeiro Branco foi inserido no calendário oficial de eventos da cidade através da Lei nº 16.754/2017, proposta na Câmara Municipal de São Paulo.
Para quem reside na capital, o SUS oferece suporte através de uma rede de serviços, incluindo CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e SRT (Serviços Residenciais Terapêuticos). O município possui 102 CAPS, abrangendo áreas como Álcool e Drogas, Infantojuvenis e Adultos, com diversos funcionando 24 horas, proporcionando acolhimento integral.
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