“É certo que se a Ucrânia fosse admitida [na UE], todo o apoio que os países da Europa Central, incluindo a Hungria, receberam até agora, seria para eles”, disse Orbán em entrevista à emissora TV2.
O premiê acrescentou que ainda não se sabe onde conseguir o dinheiro para apoiar a Ucrânia porque os Estados-membros, incluindo a Hungria, vão receber menos recursos do orçamento se € 50 bilhões (cerca de R$ 268,7 bilhões) forem atribuídos a partir do orçamento da UE, o que Budapeste não concorda.
“Não há uma análise precisa de quanto custaria [a adesão da Ucrânia] à UE, mas, segundo estimativas não oficiais, seria cerca de € 150 a € 190 bilhões”, disse o primeiro-ministro.
Orbán acrescentou que o objetivo do governo húngaro é “remover a maior parte da tensão durante as conversas de fundo” e se concentrar em encontrar “uma solução que satisfaça todos” em uma cúpula em Bruxelas. O primeiro-ministro disse também que a Hungria se ofereceu aos homólogos europeus para resolver as questões de apoio à Ucrânia fora do orçamento do bloco.
“Não apenas trovões, mas também relâmpagos de enxofre” são esperados na próxima cúpula da UE sobre ajuda financeira a Kiev, disse Orbán.
Na semana passada, a Hungria vetou um aumento no orçamento da UE para 2024-2027, incluindo € 50 bilhões de ajuda macrofinanceira a Kiev. Ao mesmo tempo, Orbán não votou contra o lançamento de negociações de adesão à UE com a Ucrânia, mas alertou que Budapeste teria “mais 75 oportunidades” para bloquear este processo. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse então que espera que os líderes da UE aprovem por unanimidade a ajuda financeira à Ucrânia no início de 2024.
Na última segunda-feira (18), Michel afirmou que uma cúpula extraordinária da UE para discutir a ajuda financeira de longo prazo à Ucrânia vai acontecer em 1º de fevereiro de 2024.
A UE tem tentado chegar a um acordo sobre € 20 bilhões (cerca de R$ 107,5 bilhões) em apoio militar à Ucrânia e pretende incluir outros € 50 bilhões no orçamento do bloco para fornecer assistência macrofinanceira a Kiev durante os próximos quatro anos. No entanto, os planos enfrentaram oposição de alguns Estados-membros, principalmente da Hungria.
Fonte: sputniknewsbrasil