Anistia Internacional pede investigação contra Israel por desaparecimentos forçados em Gaza


A organização humanitária estima que centenas de pessoas estão presas em centros de detenção no sul de Israel após serem capturados em operações militares. “As forças israelenses devem divulgar urgentemente o destino e paradeiro de todos os detidos desde 7 de outubro”, disse Heba Morayef, diretora regional da Anistia para o Oriente Médio e o Norte da África, em comunicado.

Tratamento desumano

Conforme a Anistia Internacional, o “tratamento desumano e desaparecimento forçado” dos palestinos deve ser investigado o mais rápido possível. Na última terça (19), as Forças de Defesa de Israel (FDI) foram questionadas sobre o assunto e disseram que as mortes são investigadas.
Porém, não foram fornecidos detalhes sobre a localização dos desaparecidos e quantos morreram nas instalações israelenses. O jornal Haaretz chegou a divulgar um relatório que revelou que os prisioneiros morreram na base militar de Sde Teiman, perto da cidade de Beersheba. Segundo a publicação, os detidos no local ficam “vendados e algemados durante a maior parte do dia, e as luzes permanecem acesas nas instalações durante toda a noite”.
O destino dos palestinos detidos por Israel foi alvo de preocupações maiores na última semana, após a mídia do país mostrar dezenas de civis sentados nus em uma rua de Gaza sob custódia militar. A suspeita é de que as imagens, que também flagraram pessoas vendadas com as mãos amarradas, foram divulgadas por um membro do Exército.
Fumaça em área bombardeada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) na região sul da Faixa de Gaza, em 2 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2023

Qual é a situação atual do povo palestino?

O conflito entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza começou no dia 7 de outubro, por conta de um ataque-surpresa do movimento ao país judeu que causou a morte de 1,2 mil pessoas. Por conta dos ataques aéreos e da operação por terra, mais de 80% da população do território palestino está desabrigada e há uma crise humanitária sem precedentes.
Um acordo mediado pelo Catar levou à pausa humanitária de uma semana em Gaza para a libertação de reféns e, ainda, a chegada mais intensa de ajuda com alimentos, água, remédios e combustível; porém, foi encerrada no início do mês.
O conflito israelo-palestino, relacionado a interesses territoriais, tem sido fonte de tensões e conflitos na região por muitas décadas. A decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1947 determinou a criação de dois Estados, Israel e Palestina, mas apenas o israelense foi estabelecido.

Fonte: sputniknewsbrasil

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