A moeda é um instrumento soberano que permite executar a política monetária para equilibrar contas, pagar salários, gerir tendências inflacionárias e regular o déficit, disse Christian Cirilli, analista de economia internacional, à Sputnik, na Argentina.
Neste contexto, a analista concordou com o presidente russo sobre a possível perda de soberania da Argentina se o país acabar dolarizando sua economia.
“Estou absolutamente de acordo com o presidente [Vladimir] Putin […]. Se a cunhagem for renunciada e substituída por uma moeda estrangeira, o nível de manobra sobre a política econômica é zero e a autonomia de gestão do próprio Estado fica restrita a níveis muito mínimos”, afirmou a especialista.
Segundo Cirilli, a nível internacional, o impulso à desdolarização como moeda de acumulação e de troca comercial é um dos eixos da multipolaridade.
“Isso é algo que os países do BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e todos os candidatos à adesão contemplam especificamente, porque entenderam que o dólar é utilizado como elemento de pressão”, argumentou.
No dia 10 de dezembro, Javier Milei tomou posse como presidente da Argentina após sua vitória no segundo turno das eleições de 19 de novembro contra o candidato oficial e então ministro da Economia, Sergio Massa.
Milei abraça ideias ultraliberais, é a favor da dolarização da economia e de uma política externa orientada para Israel e os Estados Unidos. O novo presidente argentino também se opõe à adesão ao grupo BRICS e à cooperação com a China, o Brasil e a Rússia.
Fonte: sputniknewsbrasil